Atos absurdos como este acima, vez ou outra assistimos e ficamos indignados, principalmente se o ultraje for praticado por alguém dentro de um veículo de uma marca tão suntuosa, já que partimos do princípio que gente rica não suja as ruas por aí, mas existem e tem aos montes rodando nas estradas ou meios urbanos deste país varonil.
Carro caro e roupa de grife não sinalizam o que um indivíduo tem dentro de sua cabeça ou a educação que possui, pelo menos por aqui. Lembram do caso Daslu?
Hoje pela manhã quando fui para ginástica, aproveitei o breve momento de estiagem e andei rapidinho para a academia logo aqui perto. Entre uma poça e outra tentei não molhar muito meu tênis que havia lavado na semana passada num dia de sol radiante. Ao atravessar uma das avenidas principais, notei que o bueiro da esquina estava com a grade meio quebrada, enfiada para dentro e um aglomerado de copos descartáveis, de sorvete e uma ou duas garrafinhas pet, tudo junto, quase entrando bueiro abaixo com a força da água que os empurrava. A vontade que me deu foi de me abaixar para catar aquelas porcarias. Fiquei pensando que é por essas e outras, que enchentes como a de ontem na grande São Paulo, causam tanta confusão e até mortes. Em frente ao tal bueiro fica uma padaria, grande, não muito bem cuidada, o dono parece já ter ganho muito dinheiro e com medo de se modernizar ou mudar alguma coisa, prefere manter aquilo de um jeito meio desleixado e também não colabora para que o entorno de seu estabelecimento tenha um aspecto limpo e bem cuidado, tanto é que o tal bueiro é bem em frente à sua padaria e aquele lixo, com certeza, adveio dali, jogado por criaturas que não aprenderam ainda esta lição. Mas, se eu fosse dona daquela joça, a primeira coisa que faria quando sentisse uma tempestade formando-se, seria observar se tem lixo nos bueiros à volta da esquina. Mas, não, nem ele, nem nenhum de seus empregados estão nem aí!
Assim como não estão nem aí, quase todo mundo. E aí você vai dizer que ele não tem nada a ver com isso, porém o ato de fazer pelo bem comum deveria estar presente nos nossos pensamentos e ações. E eu segui em frente pensando sobre esta questão, esgueirando-me pelas marquises e protegendo-me de levar um banho quando os carros passassem.
Pois bem, em frente à Academia, quando já ia entrar no prédio, vi um lindo carro prateado vindo na minha direção, alguém abriu a janelinha e jogou um troço que não sei bem o que era, talvez um papel embolado, não dava pra ver, mas quanto mais ele se aproximava rente ao meio fio, percebi que poderia jogar-me água, naquela brincadeira idiota que alguns fazem em molhar os pedestres em dias assim. Daí, baixei o guarda chuva na altura do corpo para não ficar molhada, mas não adiantou muito, porque acabei levando gotas de água suja na cara. Nem preciso dizer o que eu pensei, né! &%$##@!
O amigo Léo na Finlândia, que está sempre antenado aos percalços do nosso dia a dia e conhece bem a natureza das coisas por aqui, levantou um tema parecido com este sobre os bueiros entupidos e o que maus hábitos trazem de transtorno para a vida dos cidadãos nas grandes cidades. Na verdade, os problemas que paulistanos, cariocas e outros em grandes centros sofrem, estão intimamente ligados à nossa maneira de interagir com o meio ambiente e a natureza. Ouvi hoje numa reportagem que além da sujeira que o povo faz em vários pontos das cidades, há também uma invasão do homem ao habitat sagrado dos rios, que ficaram espremidos entre inúmeras construções e com isso não têm como escoar suas águas, já que o número de habitações, prédios, comércio e viadutos ajudam a aumentar o volume de águas usadas. Assim, não há bueiro que aguente!
Uma das formas da gente ajudar a melhorar tudo isso é o bom papo, ensinar às pessoas que não percebem todo este contexto e que acabam achando que só ações políticas irão resolver tudo. Precisamos usar da educação que tivemos para educar outros, mesmo que seja mais velho, tentar fazer a mudança de hábitos enraizados ou fazer como meu amigo japonês faz lá na serra, botando suas botas, pegando carrinho e pá e indo catar folhas e limpar o jardim público que ele fez praticamente sozinho, com suas próprias mãos. Eu ajudei um pouquinho, dando lajotas e plantas, enviando e-mails para a Prefeitura retirar do local a horrorosa caixa de lixo que ali tinha, mas nunca fui lá botar a mão na massa, porque este não é um hábito nosso, não fomos direcionados com este pensamento de coletividade e acima de tudo, nos envergonhamos de catar lixo e arrumar as ruas. Deixamos isso para que a Prefeitura e o dinheiro dos impostos que pagamos façam por nós.
Enfim, acabei entrando na Academia e indo direto para o banheiro lavar o rosto e depois ainda passei álcool para me desinfetar. O tênis sobreviveu e agora à noite, quando passei em frente a tal padaria, o bueiro continuava com a grade quebrada e o lixo....... bem, o lixo foi pro ralo!
Tá feia a coisa! E o verão se aproxima com as mesmas chuvas torrenciais! E o bueiro....
(Aqui neste link, poderá ver o que o Prefeito do Rio pretende fazer qualquer dia desses nas praias cariocas)
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