Trânsito e Monstroristas
Natureza

Trânsito e Monstroristas


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De alguns anos pra cá o número de carros cresceu muito nas ruas de todo este Brasil, reflexo da economia estabilizada e com os bancos emprestando a longo prazo. Assim, pessoas que não têm renda podem pagar em até 60 meses e comprar um carro ou, comprar aquele carrinho velho do amigo do cunhado do vizinho. Em geral, estes carros mais antigos, sem a devida manutenção, acabam pifando e atravancando o trânsito e como não há consequência sobre estas infrações, a turma relaxa e até aproveita-se do transporte do reboque gratuito que há nas principais vias ou estradas aqui do Rio de Janeiro, sendo então rebocados, gratuitamente, até uma oficina mais próxima.
Não há punição ou observação para isto como deveria ser em qualquer outro lugar civilizado, já que pretendemos ter uma frota tão numerosa como a nossa.

Nesta última sexta-feira meu marido teve que se esquivar em muitas situações perigosas no trânsito desde aqui de Niterói até a serra de Petrópolis.  O número de carros era assustador sobre a ponte, na Av.Brasil, na Linha Vermelha e só aliviou um pouco no meio da estrada para Petrópolis.  Ufa!  Ok, era a hora do rush, mas nunca havíamos visto tantos veículos e motos.

Devido a toda esta retenção e ao mesmo tempo ansiedade que ficam os motoristas para ter uma estrada livre, alguns quando encontram espaço, pensam que receberam o espírito do Airton Senna e desembestam, tresloucados, querendo aproveitar o tempo perdido no engarragamento.  

E assim, enquanto meu marido prestava atenção ao tráfego que fluía livremente, numa certa altura da estrada, eis que de repente, um desses doublê de piloto de terceira categoria,  vinha 'costurando' (em zig zag) em alta velocidade lá atrás, e meu marido que estava de olho no retrovisor  viu o dito cujo aprontando de longe e se preparou para a aproximação dele que, numa ousada e desastrada operação entrou à nossa frente a mais ou menos 130km/hr.  Tinha espaço para ele entrar, mas não para continuar naquela velocidade absurda e, vocês não vão acreditar, mas ele enfiou o nariz do carro na traseira de um caminhão que nem aí para ele, continuou na sua rota e velocidade como se tivesse sido picado por um besouro.
O homem ao volante, mais ou menos 30 e poucos anos e uma mulher ao seu lado, segurou o carro para não capotar, o que seria desastroso para nós que estávamos logo atrás dele e assistíamos a tudo sem piscar um segundo sequer nossos olhos, incrédulos com tamanha imbecilidade.
Ele conseguiu frear, gastou pneus, deixou um cheiro horrível de borracha queimada no ar e desesperado, colocava as mãos na cabeça e a mulher também, sentindo a tremenda burrice que havia feito, levando o carro para o acostamento e parando em seguida.

Não preciso nem dizer o quanto fiquei feliz de constatar o carro dele, novinho, amassadinho que nem uma sanfona na frente.  Bem feito, disse eu!  Ainda bem que eles não se machucaram ou morreram, pois seria aterrador assistir uma morte assim tão brutal na minha frente, ainda mais no início do meu final de semana.
Mas, juro, precisava acontecer aquilo com aquele idiota, pois quem sabe aprende que o carro é uma ferramenta de locomoção e também de lazer, mas não para ser usado nas vias públicas colocando em risco as suas vidas e de outras pessoas.  São estes os verdadeiros "monstroristas".

Nosso tráfego está ficando cada dia mais violento e conturbado. Permite-se o emplacamento de milhares e milhares de carros novos por mês sem criarem a infra-estrutura para tudo isso. Muitas coisas contribuem para isto, tais como:  a falta de consequência sobre os atos; a falta de vias mais largas; a falta de exigência nas vistorias dos veículos e principalmente a falta de educação do nosso povo.
Vejam como é a realidade atual:

















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