Tá bom demais!
Natureza

Tá bom demais!



     “Oh! bendito o que semeia
Livros, livros à mancheia
E manda o povo pensar…"
Castro Alves
Por estes dias de descanso, agora um pouco forçados, a busca por leitura foi algo natural, veio como um bálsamo. E quantos livros me chamaram na estante, insistindo que eu os abrisse e retomasse o prazer que há tempos vinha postergando, priorizando a rapidez e diversão do mundo virtual. Em duas semanas, consegui ler mais que nos últimos seis meses. As biografias que estavam me aguardando foram consumidas, falta pouco para terminar uma delas, misturei Graciliano Ramos com Trity Umrigar e terminei ontem a releitura de um livrinho de crônicas delicioso, fácil de ser devorado em poucas horas. O autor, muito conhecido dos cariocas, é o famoso Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sérgio Porto, que morreu jovem, aos 45 anos de idade, mas deixou obras cheias de humor, em críticas alegres e festivas, maliciosas e amenas de nossas posturas individuais e coletivas. Escreveu diálogos e roteiros para filmes e o antológico Samba do Crioulo Doido que satiriza com muito humor, os enredos das Escolas de Samba. Deixo abaixo, uma dessas pequenas e deliciosas crônicas deste bem humorado carioca - Stanislaw Ponte Preta.
Celinha Convite
A mocinha, muito da gostosinha, estava jogando frescobol na beira da praia, sob os olhares cobiçosos da plebe ignara (ala masculina).  Ela era dessas de fazer motorista de coletivo respeitar sinal e muito desinibida nem dava bola para o êxito que seu corpo moreno e quase pelado, apenas coberto por precário biquini (desses que parecem feitos com o pano aproveitado de duas gravatas borboletas), fazia junto à moçada.
Foi quando um dos frequentadores do local explicou para os outros: 
- Essa daí é a Celinha Convite.
- Convite??? - estranhou o filho de Dona Dulce, que também olhava para a anatomia da moça, embora com aquela discrição que é faceta marcante em minha exuberante personalidade.
O informante esclareceu: - Sim, Celinha Convite.
- E Convite é nome de família?
Não, não era.  Celinha ficou sendo Celinha Convite depois do último carnaval.  Antes era Celinha Pereira. Mas acontece que na época do carnaval, Celinha destacou uma jogada que ficou célebre.  E contou a história.
- Nos dias que antecederam o baile do Copacabana-Palace, cujo convite custava uma nota alta, Celinha, talvez com esse mesmo biquini que a despe agora, foi para a piscina do hotel e ficou por ali, onde havia mais paulista rico do que cará no brejo.  De vez em quando um paulista se aproximava e puxava conversa com Celinha.  Como era tempo de carnaval, a conversa acabava invariavelmente com este assunto.  Era a ocasião em que Celinha dizia que adoraria ir ao baile do Copacabana, mas que o convite era tão caro!!!  E deixava umas reticências no ar. Ora, paulista, você sabe como é bonzinho, em época de carnaval.  O grã-fino providenciava logo um convite para Celinha, ali mesmo na piscina, cheio de esperanças de apanhar Celinha no baile.  Para encurtar conversa:  Celinha conseguiu bem uns vinte a trinta convites que depois, mesmo vendidos por preço especial aos seus conhecidos, renderam-lhe mais de 200 contos.
- Interessante.  E Celinha Convite foi ao baile com qual dos grã-finos?
- Com nenhum.  Foi de máscara, com o namorado dela.
- Paulista?
- Não. Baiano.
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