No escurinho do cinema
Natureza

No escurinho do cinema


(Cine Odeon-Rio-Cinelândia-Google)


Cinema é uma arte que me fascina, me transporta para outros mundos, como se estivesse sonhando durante aquele tempo e se pudesse iria toda a semana.

E à propósito de ir mesmo que sozinha ao cinema, gostaria de realçar um comentário feito pela Ana no post abaixo, onde expressa que muitas vezes ela também já fez isso e que pode ser visto como uma 'necessidade em estar sozinha consigo mesma', fazer aquilo que gostaria, sem se preocupar se o outro quer ou não fazer junto, ou seja, muitas vezes nosso companheiro, filho ou amigo nos acompanha pelo simples fato de nos acompanhar e não por ser aquilo que ele gostaria de fazer. Como é o caso de filmes b
rasileiros que meu marido não gosta, aí pode até ir comigo, mas não curte.

A Luciana também deixou um comentário interessante, '
Sozinha a gente vai pelos caminhos que a gente escolhe'. Muito bem dito e complementa o que falei anteriormente.

Portanto, hoje em dia é prá lá de normal encontrar ou ver mulheres sozinhas em cinemas ou exposições, viajando ou fazendo qualquer coisa que lhes dê prazer, ou até algo trivial como, ir ao cinema à tarde, por exemplo. A maturidade me ensinou coisas boas e belas e tenho me sentido segura para fazer certas atividades sozinha, em minha própria companhia.

Bem, o que quero mesmo é voltar a falar sobre cinema que é coisa que adoro e me atrai desde pequena, quando minha mãe levava a mim e minha irmã às matinês de domingo para assistir filmes do Elvis Presley e que a gente até dançava com os pés debaixo das cadeiras de tão vibrantes que eram aqueles musicais. Eu adorava, mas acho que quem adorava mesmo era minha mãe - o Elvis, claro! Depois fomos muitas outras vezes assistir filmes do Wal Disney, onde um indefeso Bambi me levava às lágrimas e a Cinderela povoava minha cabecinha por dias, relembrando os ratinhos segurando aquela cauda enoooooorme do vestido de baile da mocinha.

Na adolescênci
a vi meu primeiro filme sério e longo. Fomos com meu pai, na época da Semana Santa, assistir aos '10 Mandamentos' com Charlton Heston (Moisés) e Yul Bryner (Ramsés II).
Fiquei dias pensando sobre aqueles efeitos especiais, que na época eram fantásticos, em que o mar abria para o povo de Israel passar e fechava depois sobre os soldados do faraó.
Ah, me apaixonei pelo careca Yul Bryner e só vivia pensando nele. Foi o primeiro careca de minha vida. rssss

Vi, também, muitos filmes na adolescência do engraçadíssimo Jerry Lewis e seu companheiro Dean Martin. Eram filmes que a família inteira ia e se divertia muito, nada de apimentado, apenas besteirol completo. E as caras que o sujeito fazia, lembra muito o atual Jim Carrey e era a alegria da galera naqueles tempos.

Depois, houve um tempo não muito atrativo, pois o cinema brasileiro só mostrava chanchadas e pornografia, sem contar que o som e a imagem eram terríveis e não conseguiam encher as salas de cinema.

Na verdade eram salões, enoooooooormes. Para se chegar aos lugares livres, tinha um homem com uma lanterna na mão que nos guiava até os locais e era chamado de 'lanterninha'. E antes do filme começar, tinha o famoso Canal-100, que sempre apresentava um resumo dos acontecimentos importantes da semana. O ponto alto era a apresentação dos times de futebol e seus atletas. A musiquinha era incrível e todo mundo vibrava quando o slogan do futebol aparecia na tela, acompanhado da trilha sonora marcante - "Que bonito é..."
Os chutes, pareciam reais, já que os cinegrafistas faziam suas tomadas deitados no campo.



Não existia essa rede chamada Cinemark que modernizou as salas, mas encolheu os espaços. 

Os cinemas do Rio eram muitos e lindos, alguns até com cafeteria e coisinhas gostosas, mas a turma do meu tempo gostava mesmo era do drops Dulcora de hortelã e os saquinhos de pipoca eram mais modestos, diferentemente de hoje em dia em que uma criança entra com um copázio de refrigerante e um balde de pipoca que pode ser degustado em três sessões. Aliás, percebi que criança com menos de 12 anos entra tranquilamente para assistir qualquer coisa, desde que acompnhados pelos pais. Esquisito, isso!
Outros tempos, mas acho também legal. Só não gosto de ver a quantidade de pipocas caídas entre uma sala e outra de projeção. As pessoas compram seu balde, cheio até a boca, e enquanto se encaminham para a sala, vão deixando pipoquinhas pelo caminho. Fico imaginando se não tem baratas ou ratos nesses lugares! Uia!

Bem, mas deixando prá lá as baratinhas, voltemos no tempo, já na minha juventude, quando uma amiga que estudava História da Arte me convidava a conhecer filmes incríveis como os de Buñuel, Ingmar Bergman e Woody Allen. Metidas à intelectuais, lá íamos nós todos os sábados ou domingos pros cinemas da Tijuca, na Praça Saens Peña, onde tinha cinema colado um no outro. Podíamos dar uma voltinha na praça e escolher o filme, ou víamos um e depois íamos para outro. Morangos Silvestres, Gritos e Sussurros, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa; Sonhos Eróticos numa Noite de Verão, Belle de Jour e tantos outros que me encantaram e despertaram de vez a minha admiração por esta arte.
Mas, eu gostava também dos filmes europeus românticos e com lindas trilhas sonoras, como Candelabro Italiano, Matrimônio à Italiana com a minha artista predileta que era Sophia Loren e seu inseparável companheiro de tela, Marcelo Mastroianni.
N
unca me esquecerei do lindo 'Girassóis da Rússia' com imagens da neve e da Rússia e que já repeti, em casa, no canal da Sky que passa filmes de época.

Sempre fui portanto, cinéfila de carteirinha e continuo encantada pelo escurinho do cinema e aquele mundo que vai desde 'O Mágico de Oz' aos dias atuais, onde a mente do cineasta e toda a gente que trabalha com esta fantástica arte, nos arrasta para mundos incríveis e inesquecíveis.

Por falar nisso, qual o filme marcante de sua vida?



 





(Post escrito em janeiro/2009 e reeditado agora)








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