Mulher-Profissão-Mulher
Natureza

Mulher-Profissão-Mulher


(Daniel Ely no parquinho-1985)


São onze horas da manhã e passo em frente a um prédio novo aqui da esquina. Este prédio parece moradia de casais jovens, na faixa de seus 30 e poucos anos e têm muitas criancinhas brincando no play ground, acompanhados das respectivas babás, poucas mães, aliás, hoje, não vi nenhuma, apenas 3 babás sentadas num banco batendo papo, observando os pequeninos nos seus brinquedos coloridos de plástico do parquinho com grama sintética bem verdinha. Pude ouvir uma das babás dizendo uma frase chula, pois os verbos estavam errados e continha um palavrão no meio,e a conversa continuou, mas eu não mais a ouvi porquê segui na minha caminhada, pensando como deve ser difícil deixar os filhos pequenos, alguns em idade que estão aprendendo a língua, nas mãos de pessoas semi analfabetas e sem boa educação.


Tudo bem, cada um sabe das suas necessidades e hoje em dia as mulheres precisam trabalhar fora para se sentirem realizadas, afinal lutamos no passado para dar a elas hoje essa condição e ademais os rapazes não querem mais se casar com moças que ficam dentro de casa, querem também uma mulher que ganhe bem ou que, pelo menos, os acompanhem nas divisões financeiras de um lar. A estrutura familiar mudou muito nestes últimos 25 anos, principalmente com relação à distribuição dos papéis, mas a mulher e mãe, além de trabalhar fora tem ainda o trabalho extra com a casa e com os filhos e não é raro ver muitas que pegam os filhos nas escolas, reveem os deveres de casa, cuidam dos uniformes, do banho, das mochilas e ainda dormem com culpa de estarem fora de casa e longe de seus filhotes.
Resumindo: mulher trabalha fora e dentro, não tem escapatória!


Acho que é um processo meio impossível de se reverter, mesmo porquê vemos hoje em dia que a força feminina em diversas áreas de trabalho tem sido superior a dos homens, assim como vemos as meninas se despontarem melhor nas universidades que os meninos. E a pressão econômica no mundo de hoje, além do consumismo exacerbado faz com que um homem sozinho não seja suficiente para sustentar uma família. Se eu tivesse uma filha, acho que a direcionaria primeiramente para o trabalho e sua realização profissional, mas não creio que este seja o caminho que toda mulher tenha que traçar de forma contínua até o fim, pois acho a figura feminina de suma importância dentro de uma casa, no controle da mesma e no apoio afetivo aos filhos e ao marido.

Vejo mães que têm se destacado neste panorama com super desenvoltura, criam seus filhos muito bem, mesmo trabalhando fora, mas pagando um preço alto com grande sacrifício.

Outra faceta são os dos casos não preparados, aqueles que surgem em nossas vidas repentinamente, como por exemplo o de uma colega da academia de seus 4o e poucos anos que na semana passada, me participou alegremente que ia ser avó. Parabenizei-a, mas não pude deixar de perguntar como tinha ocorrido o fato, tão de repente, afinal o filho dela é mais novo que o meu, tem 22 anos apenas e até outro dia estava lá na padaria de seu avô, atrás da caixa registradora. Essa minha colega é viúva e acaba de ganhar uma medalha de participação numa meia maratona em corrida referente à sua idade. É uma mulher que nem de longe lembra uma avózinha, mas virou de repente. Ela me disse que agora o assunto já se encaixara e ela já se via como tal, mas que foi um baita susto quando ele contou prá ela que tinha engravidado a namorada que é apenas dois anos mais velha que ele. Disse-me que o rapaz chorou três dias seguidos, coitado! Mas, que com o apoio dela e dos avós, ficou mais tranquilo e todos resolveram encarar o fato normalmente, mesmo porquê uma criança vir ao mundo é uma coisa bela e no fundo tem-se mesmo que festejar e não ficar só lamentando, o que eu concordo plenamente.
Segundo ela, foi até bom, assim ele bota a cabeça no lugar e vê que não pode continuar sendo aquele estudante universitário de carteirinha e terá que pegar firme no negócio da família. A moça, por sua vez é de excelente família, trabalha como advogada formada e a criança ficará muito bem, numa creche. E o melhor de tudo isso é que, nós, pais atuais, entendemos isso tudo de uma forma diferente da que os nossos pais entendiam. Também, não foi à toa que levantamos a bandeira do paz & amor nos anos 60! Somos mais solidários e tolerantes, mesmo sabendo que teremos um trabalhão pela frente. Não me esqueço que tenho um filho jovem também e que amanhã poderá ser comigo, quem sabe!



A meu ver, uma boa creche é ainda a melhor solução para os casais jovens e que não podem contar com outros suportes, ou como eu fiz, preferi parar de trabalhar para cuidar do meu rebento, pois eu já me casei com 30 e tive o filho com 32, trabalhei muito antes, desde os meus 19 anos, então trabalhar fora era o mesmo que trocar figurinhas, ganhar e pagar alguém para ficar com o meu filho. Preferi ficar com ele e ganhar muito mais em vê-lo crescer sadio e bem educado, dentro daquilo que eu sonhara para o meu filho. Eu nunca me arrependi. Mas, cada caso é um caso.


Está tudo muito complicado hoje em dia com tanta coisa acontecendo rapidamente e que temos que digerir, solucionar, tomar decisões que muitas vezes podemos nos arrepender lá na frente, por isso é bom quando vemos os exemplos de pessoas mais experientes ou até mesmo de jovens que já viveram situações semelhantes e como sairam-se diante das surpresas que a vida nos reserva. O importante é que tudo caminhe com equilíbrio e amor para que as crianças cresçam com garantia de segurança e emocionalmente saudáveis.



Não deixem de ler o post da Somnia que tem ligações com este aqui.








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