Natureza
Viagens e percalços
Neste domingo à tarde fomos visitar um amigo que está se restabelecendo de uma cirurgia inesperada. Ele estava com a mulher em Nice, visitando o filho que lá mora e preparando-se para um agradável passeio à região das Lavandas, quando abaixou-se para amarrar o tênis. Ao levantar-se sentiu uma dor insuportável no peito e começou a suar forte, mesmo com o frio de novembro e a dor a aumentar assustadoramente.
Levado a um hospital público, os médicos descobriram que ele havia rompido uma veia na região pulmonar e a dor e queimação foi porque seu peito ficou tomado pelo sangue que perdeu, cerca de 4 litros, fazendo então com que a situação passasse para um estado de inconsciência que ficou por aproximadamente 20 dias.
Sua vida ficou presa a uma máquina e a preocupação dos médicos e de sua mulher e filho era que ele não sobrevivesse quando retirassem o aparelho que o sustentava vivo.
O fato é que este amigo, embora tenha seus 60 e poucos anos, sempre foi um homem dinâmico, trabalhador, estudioso, gostava de caminhar todas as manhãs antes de ir para o trabalho, nunca fumou ou bebeu e tinha uma vida saudável e plena. Este ocorrido, que nos pareceu um verdadeiro absurdo acontecer com uma pessoa normal como ele, deixou-nos deveras assustados, pois vemos que realmente somos frágeis, que nunca pensamos que algo assim possa nos acontecer e que por termos uma vida saudável, estaremos isentos destes sustos. Mas, vale a pena ter uma vida saudável, pois nestas horas é que vemos a reviravolta que o corpo faz para debelar infecções, ultrapassar as delicadas cirurgias como esta, em que por ter perdido muito sangue, precisou que abrissem toda sua caixa toráxica para secar o sangue espalhado e depois costuraram suas veias, num trabalho delicado e de alto risco.
E você que me lê, deve estar pensando, como foi que eles se viraram para pagar uma UTI na França quando de viagem, certo!
Aí está o X da questão, pois sua mulher, que já fora antes à França e viaja vez ou outra com ele para outros lugares do mundo, não deixou de fazer o tal "seguro de saúde para viagens internacionais", coisa que algumas pessoas desprezam quando vão em viagem para o exterior. Vejam como foi importante e salvadora esta atitude, pois sem ele, não teria como ser atendido num hospital público e de excelência como este lá na França e, mesmo eles tendo que pagar uma certa quantia ainda, por fora, já que passou do valor definido pelo seguro, ainda assim foi super importante este ato que fizeram quando sairam do Brasil. Assim que ele sentiu as dores fortes no peito e sua mulher pensou até que ele estivesse infartando, ela ligou para o número da Seguradora e ali foi informada para onde deveria levá-lo imediatamente.
Ela nos disse hoje, que a diária deste hospital estava em 2400 Euros, uma verdadeira pedrada para quem não está preparado para uma situação dessas. O seguro tratou de toda internação, medicamentos, inclusive definindo o aparato de transporte da França para o Brasil com acompanhamento de equipe médica e equipamentos de oxigênio e outras coisas.
Nosso amigo chegou ontem e está se recuperando muito bem em sua casa de Petrópolis, um pouco fragilizado com tudo por que passou, ainda levará uns dois meses para uma total recuperação, mas está vivo e muito feliz em estar de volta, sem sequelas.
Quanto ao fato, resolvi contar por aqui para alertar a todos os amigos que viajam para o exterior ou vice-versa, que não deixem de fazer o importante seguro e que é muito barato, comparado à dor de cabeça, além dos gastos, que poderá ter numa possível eventualidade como esta ou até mesmo um pé quebrado, coisas que não desejo para nenhum de vocês, mas tem que estar dentro de nossa realidade.
Lembrem-se: Seguro, morreu de velho!
(Imagem Corbis)
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