Percepções através de cliques
Natureza

Percepções através de cliques


-Praça em  Blois-Vale  do Loire-França-

Nesta última viagem que fiz à velha Europa, pude mais uma vez constatar que lá o espaço e patrimônio público, além de cuidados pelos governos, são também preservados pela própria população, sem danos ou agressões.
O mobiliário urbano, sejam eles postes, áreas verdes, praças, jardins, bancas de jornais em estilo art-noveau como vistos em Paris, por exemplo, sem nenhuma proteção, se mantém intactos, somente agredidos pelas intempéries da natureza, como chuvas, fezes de aves, vento, corrosão, etc.
-Praça pública às margens do Sena-Paris-
-Afrescos sob a Ponte Alexandre III em Paris-
-Ponte Alexandre III- Paris-
-Paris-
-El Vittoriano-Roma-
-Mobiliário urbano-Londres-

Como são países que recebem um grande número de turistas do mundo todo, e seu PIB é fortemente impactado por isso, como uma fonte permanente de riqueza, os moradores locais têm consciência de que essa preservação é importante para seu sustento econômico, além, é claro, de possuirem uma visão cultural mais desenvolvida.
Então, o que vemos é limpeza, serviço público ativo, usando veículos muitas vezes especiais, pequenos, mas que têm eficiência em lavar e deixar as ruas sempre com aspecto limpo, mesmo tendo ali 
passado no dia, milhares e milhares de pessoas.  Percebe-se que praças e monumentos recebem tratamento de conservação permanente, até mesmo aquele ponto que parece mais inacessível de um monumento, recebe pinturas decorativas,muitos deles dourados, reluzentes, oferecendo valor e pompa à obra.
-Limpador de rua motorizado em Londres-
-Mobiliário público-Madrid-Espanha

E porque isto ainda não acontece em nosso país, considerado hoje a sétima economia do mundo? 

Devem existir várias análises antropológicas e sociais para explicar o fenômeno social que grassa aqui no Rio e em várias outras cidades brasileiras, uma delas ouvi noutro dia de um sociólogo (que não me lembro o nome) durante uma entrevista à rádio CBN e que me pareceu plausível para esta questão.
Ele dizia que vem da época do Império esta visão e comportamento que o povo até os dias de hoje tem, notadamente nas camadas pobres ou pouco educadas e que sempre foram excluídas desse contexto, sem politização ou construção de identidade diante do patrimônio público, já que as praças eram dirigidas para as  festas e outros eventos do Império, e com isso a grande massa, no Rio por exemplo, não se sentia dona de nada, aquilo sempre foi feito para atender às classes dominantes.  E esta cultura perdura, pois os cidadãos ainda não enxergam, por exemplo, que retirar plantas de um jardim público ou danificar seus bancos, pichar prédios e monumentos, é como estragar seus próprios móveis, pagos com seu dinheiro cobrado em impostos, muitas vezes elevados demais.

Resumindo, se sentem até hoje de alguma forma, excluídos, sem o sentimento de propriedade, sem pertencimento.  Apesar disso estar lentamente mudando com a integração que hoje há pelo exercício do voto nas eleições, na educação para todos, na conscientização ecológica, no exercício de cidadania enfim.  Hoje, mal ou bem, com muito mais democracia.  Portanto, há luz no fim do túnel!  

Um dia chegaremos lá, vamos entender claramente, nascerá então na cabeça e coração dos homens percepções sobre tudo isso, e veremos nossa cidade protegida pelos próprios cidadãos que nela habitam.














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