O olhar das crianças
Natureza

O olhar das crianças




Quando comecei a escrever o texto sobre a minha infância que a amiga Norma do Blog Pensando em Família convidou-me para abrir a sua série A Criança que fui, tive o prazer de regressar aos bons momentos vividos na minha fase infantil, entrando no reino encantado e mágico que só mesmo as crianças são capazes de criarem.  Pude me ver nas brincadeiras de rua, nos jogos com os colegas e irmãos, correndo atrás de bola ou brincadeiras do mundo feminino com brilhos e cores.
Como as ruas eram mais seguras e menos agressivas, tínhamos o contato direto com a natureza até mesmo nas simples brincadeiras, como catar joaninhas ou pedalar de bicicleta na frente de casa, sentindo a brisa nos cabelos e o sol no rosto. Na minha infância, as praças ou parques não tinham grades, podíamos andar ou correr livremente à frente de nossos pais e a paisagem parecia imensa e irrestrita.  Criança gosta disso, correr, ter espaço.


Fico a pensar como será o olhar das crianças sobre a paisagem urbana de suas cidades hoje, como vêem isso e lhe atribuem sentido, já que tantos outros signos interferem para que não visualizem a beleza total da natureza, representada pelas árvores, jardins, pássaros urbanos, animais domésticos e os seres humanos mais próximos, nossos vizinhos.

O olhar das crianças de hoje tem que ser amplo para tantos signos que se apresentam nas ruas, tais como: prédios gigantescos, placas de trânsito, grande volume de carros, cartazes coloridos, muros altos que não permitem ver os jardins e as árvores, tudo muito cercado, câmeras de monitoramento, cercas eletrificadas, grades pontiagudas, alternativas que o homem moderno achou para se proteger, mas que causou um grande impacto visual na paisagem.  Atualmente, as crianças que moram em grandes condomínios de casas podem usufruir um pouco mais da natureza, mas os afazeres em que estão envolvidas são bem mais intensos, não permitindo que isso se faça todos os dias, ocorrendo geralmente nos finais de semana. Alguns nunca viram um animal tão simples como uma galinha, a não ser na mesa, picadinha para mastigarem.  Nunca me esqueço de uma criança num hotel fazenda em que fomos há tempos com meu filho que, ao ver de perto uma galinha, chorou com medo que corresse atrás dela, denotando que nunca teve contato com aquele bicho.
Por esta e outras razões é que sempre acho importante que os pais saiam vez ou outra com seus filhos, para além dos muros das cidades, dos shoppings e mercados e visitem lugarejos onde possam desenvolver experiências diferentes do dia a dia.  Muitas vezes nem precisam ir muito longe, num feriado como o próximo, pode ser um simples passeio ao Jardim Zoológico de sua cidade, um pic nic  no Jardim Botânico ou um Pesque e Pague.  Sair do contexto urbano, trazer o verde para dentro das mentes, o mar ou o contato com os animais, tudo isto será relembrado com maior prazer do que comer hambúrguer do Mc Donalds, não acham?

E se quiserem conhecer o que se passava pela minha cabecinha por volta de meus 5 a 10 anos, visitem hoje o blog da Norma. Estou lá.


(Eu, aos 5 anos)







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