Natureza
Lembretes importantes
Morre lentamenteQuem não viaja
Quem não lê
Quem não ouve música
Quem destrói o seu amor-próprio
Quem não se deixa ajudar...
Morre lentamente
Quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajeto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova,
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão,
Quem prefere o "preto no branco" e os "pingos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite, uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
Quem passa os dias queixando-se
Da má sorte ou da chuva incessante,
Desistindo de um projeto antes de o iniciar,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ato de respirar...
Estejamos vivos, então!...
Pablo Neruda
Errata: Copiei o texto da Internet e descubro com a ajuda da amiga Lucia Soares que não pertence à Pablo Neruda e sim à poetisa e escritora Marta Medeiros.
Então, corrijo, deixando abaixo as explicações da autora do belo poema acima:
Eu, Neruda e a Miss Universo
Uma das coisas bacanas de se ler as mensagens deixadas aqui no blog é perceber que aparece gente de tudo quanto é lugar do Brasil e do exterior. Um luxo! Um leitor do Principado das Asturias pede contato para esclarecer sobre um poema que estaria sendo creditado a um chileno... Ah, lá vem essa história de novo. Olha, não é um poema. Há anos que uma crônica minha chamada A Morte Devagar, publicada em novembro de 2000, circula pela internet como se fosse de Pablo Neruda, rebatizada como "Morre lentamente". Virou um caso célebre de clonagem virtual. Esse texto já foi até lido em plenário na Itália, ajudando a derrubar o primeiro-ministro no início desse ano. Claro que foi lido como se fosse do Neruda, quem eu penso que sou? Mas o engano foi desfeito. No dia seguinte descobriram que a autora era uma brasileira e tive meus 15 minutos de fama nos jornais italianos por conta desse episódio hilário. Então, esclarecendo ao leitor das Asturias: o texto é de minha autoria e está publicado no meu livro Non-Stop, Crônicas do Cotidiano. O Neruda? Ah, o Neruda é apenas um escritor que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, nada mais que isso...
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