Compaixão
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Compaixão


(Google imagens)


Há dias leio um livro de memórias de Rubem Alves (O sapo que queria ser príncipe). Levei-o nesta última viagem que fiz, mas confesso que só o peguei no avião, na ida. Depois, foram tantas novidades que ele ficou esquecido na mala.

Vir para minha casa de Petrópolis é uma chance de me desligar da correria do mundo, até do computador um pouco, pois aqui não o possuo, somente uso esta ferramenta quando meu marido chega nas sextas-feiras e me traz seu laptop.

E o livro de Rubem Alves tem me feito companhia, juntamente com a Emmy nestes dias. O estilo do autor, transforma cada relato em uma deliciosa lição de vida repleta de filosofia e poesia.

Observando minha cachorra nestes dias, vendo sua velhice e as doenças advindas da mesma se aproximando, entristeci-me um pouco, pensei no quanto ela foi bela na sua juventude e a fofura que era quando a compramos com apenas dois meses em Juiz de Fora. Filha de campeões da raça, participou somente uma vez de um desfile e ganhou um prêmio de Jovem Campeã, depois não a levamos mais, pois vimos o desgaste que era para ela e para nós a cada evento desses.
Teve sempre uma boa vida, boa ração, carinho e o nosso respeito.
Mas tudo e todos nesta vida passam e ela está se preparando para a despedida.
Sentimos isso a cada vez que a vemos. É a vida!

Fiquei parada numa página ontem e pensando sobre a "Compaixão" que *Rubem Alves descreve em poucas linhas:


"Leia, bem devagar, isso que Ricardo Reis escreveu: "Aquele arbusto fenece, e vai com ele parte da minha vida. Em tudo quanto olhei fiquei em parte. Nem distingue a memória do que vi do que fui".
Imagino que aqui se encontra uma das marcas da nossa humanidade. Vejo algo fora de mim. Mas os meus olhos trazem o que está fora para dentro de mim. "Aquele arbusto" - ora, aquele arbusto... Vegetal, nada tem a ver com o poeta. Mas os meus olhos o veem e percebem que ele está fenecendo. Sou movido por uma imensa e irracional compaixão. Recolho o arbusto que fenece dentro de mim. E eu feneço também.
Sou o que penso? Sou o que vejo. Meu corpo é do tamanho do meu olhar. Os olhos do poeta teem braços que vão até as estrelas".

Neste momento acabo de receber um postal que o marido trouxe, recebido lá em Niterói, enviado pela jovem amiguinha Clarissa, sobrinha do coração, em visita à Paris. Tanta juventude e alegria ela me passou em suas breves e gentis palavras e isto me encheu de ânimo e esperança para a vida.
Um ótimo final de semana para todos. Beijos.
*Rubem Alves é pedagogo, poeta, filósofo, cronista do cotidiano, contador de estórias, ensaísta, teólogo e psicanalista. Encanta os leitores com suas palavras e é um dos intelectuais mais respeitados do Brasil.



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