Ainda somos os mesmos, como os nossos pais?
Natureza

Ainda somos os mesmos, como os nossos pais?



"A morte, como diriam os budistas, é uma questão de SE e não de QUANDO."

Este fim ou finitude são vocábulos usados para definir nossa humanidade e no curto espaço de tempo que compreende a existência humana, herdamos de nossos ancestrais, crenças, hábitos, costumes que, alguns seguem à risca até morrer, outros, como eu, interrompem esses rituais com prazer, tentando à luz dos dias atuais, não reviver aquilo que fazia-nos sofrer ou nos incomodavam na infância ou juventude e que eram impostos pelos pais.
Meus pais não faziam assim, não eram arraigados aos costumes que seus antepassados os impuseram, mas tinham sempre uma postura muito sisuda em dias como este. Um certo ranço, digamos assim.

Dia de Finados - o feriado era diferente dos dias atuais, visitavam em peso os cemitérios e levavam flores e velas aos túmulos de seus mortos.  Eu nunca fui e nem fui forçada, mas lembro-me de minha mãe ir por algumas vezes e ainda bem que nunca me fez acompanhá-la.

Mas uma coisa faço sempre nesta data, sem sofrimentos, choro e nem velas, um ato voluntário, apenas uma lembrança carinhosa e prazerosa,  principalmente quando estou aqui em Petrópolis com as flores ao meu alcance, logo ali no meu jardim.
Corto uma florzinha e coloco num vaso em homenagem à memória de meu querido pai e outra em memória de meu sogro que também foi muito querido enquanto tivemos contato em vida. Duas xícaras modernas e dois brotos  de pequenas hortênsias enfeitando  minha sala numa demonstração de que nunca esquecerei deles enquanto viver.


Estão ali, lado a lado, lembrando-me que incluir a morte dentro da vida é um desafio, uma forma ainda difícil para nós que estamos neste plano, mas que a cada dia, precisamos encarar e entender que é inevitável e não podemos e nem devemos ignorá-la.

Enquanto isso lá fora, a natureza nestes dias sempre chora através das nuvens que derramam chuva e deixa o dia meio com cara de triste, de instrospectivo.  Uma pausa apenas para lembrar-nos de nossa frágil existência neste mundo.












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