À mesa como convém.
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À mesa como convém.



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O momento da refeição familiar é, talvez agora em menor escala, a hora estratégica onde se opera há séculos a aprendizagem das boas maneiras.
Na minha infância era assim que os pais ensinavam os filhos, mesmo porque a gente sentava-se à mesa para as principais refeições do dia e cabia, principalmente à minha mãe, orientar estes códigos sociais.

- Lave as mãos antes de vir para a mesa!
- Sente-se direito menina, olha as pernas abertas!
- Tire os cotovelos da mesa!
- Menino, não fale com a boca cheia!
- Não faça barulho enquanto está comendo!
- Coma tudo que está no prato, lembre-se que tem gente que passa fome!
- Você tem os olhos maiores que a barriga, ponha pouco no prato, repita se quiser!
- Não ponha as mãos no alimento!
- Não coma de boca aberta!

Estes e outros ensinamentos pareciam mais com um adestramento de animaizinhos domésticos, mas era só o pai ou a mãe virarem as costas que nós, irmãos e cúmplices, agíamos como um animal dissimulado. Até guerra de bolinha com miolo de pão, fazíamos longe dos olhares críticos do meu pai que era o mais severo nestas questões sociais.
Meu pai não gostava que falássemos às refeições, ele é quem falava, contava coisas de sua infância e juventude, mas a gente só ouvia e comia, só levantávamos da mesa quando ele terminava. Eu o achava muito chato nestas horas, mas ficava na minha e respeitava, por outro lado as suas histórias eram sempre diversificadas e interessantes. 
Hoje, comemos entre nós aqui em casa e é, geralmente, um espaço de discussão, um espaço de troca, descontraído, mas sempre evitando conflitos nestes momentos. Aquelas regrinhas básicas e chatas, serviram para alguma coisa e assim passei para o filho, mas pegando leve e de acordo com os novos tempos, afinal eu aprendi lá na década de 60 que "era proibido proibir", e que seria bem mais inteligente colocar certas práticas gradualmente e sem traumas. 

Esta semana eu vi uma família de quatro componentes, os pais e dois filhos, comendo de uma maneira muito estranha no restaurante em que eu estava. A menina mastigava absorta e de boca aberta, sem olhar para o prato enquanto teclava no seu IPad, vez ou outra caia alguma coisa fora do prato. O menino quase não comia, reclamava de alguma coisa e choramingava, quem sabe querendo usar também o aparelho da irmã, mas tinha as pernas dobradas sobre a cadeira e comia as batatas fritas com as mãos, indolentemente, fazendo birra. Os pais, em frente a eles, não utilizavam de nenhuma orientação neste sentido para transformar aquele jantar em algo decente e agradável. O pai comia sem largar os talheres e a mãe não se impunha de maneira nenhuma, só mandava ele calar a boca e comer o que tinha no prato. Foi chato presenciar uma cena dessas!

Num certo momento de nossa civilização, perdemos estas e outras boas maneiras, e temos que aceitar a falta destas referências sociais de pais sem tradição ou que não dão mais importância a estes hábitos?  
Mas, como ficarão estes filhos sem a tal memória para o futuro desses momentos que poderiam ser relembrados e até mesmo sentidos com nostalgia, associando sabores, gostos, odores, os utensílios usados na casa da família, os gestos carinhosos, as conversas trocadas, lembranças e deleites!?

Não acho que seja normal para os dias atuais, proibir ou impor com rispidez e sem explicações às crianças de como deve-se respeitar certas regras que fazem parte dos costumes, afinal eles são bem mais inteligentes do que fomos em minha época, é bem mais necessário que os pais reforcem o sentido de transformarem seus filhos em seres respeitosos do espaço do outro e mesmo neste mundo tão ameaçado por tantas formas de intolerância e absurdos, antes de mais nada, a família perdura e ainda é a célula mater de nossa existência neste universo, portanto ainda vale a pena educar antes de irem para a escola, fazê-los se abrirem para o mundo e ao que os cercam, pois assim estarão colocando em primeiro plano os valores de autonomia e de adaptação, e ademais - é tão bonito ver uma família bem educada!

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