Pai e filho foram flagrados no Parque Nacional do Serengeti.
Foto foi tirada no Kopjes Simba, rochedo em que filme se inspirou. - site G1
Quem já assistiu ao filme deve lembrar-se da famosa frase "Um dia, filho, você será o Rei Leão". Cada pai ao passar ensinamentos ao seu filho, está de alguma maneira dizendo isto, ou seja, um dia ele será um homem, um marido, um pai e chefe de família ou de si próprio.
Eu tenho um filho único e já viram, fica difícil não pensar nele sempre, ter minhas ansiedades e medos em relação ao seu bem estar, sua vida, seu futuro, muito próprio de mãe, ainda mais de filho único.
Mas, meu marido sempre me alertou para não exagerar nos mimos e cuidados, deixar o menino viver, sentir-se livre, que não o sufocasse com meus carinhos e atenção demasiada. E, com isso, além do signo libertário de Aquário dele, nunca foi criado como os demais filhos únicos e muita gente se admirava quando ele assim o dizia.
No passado eu não era muito boa em dizer 'não', tanto a ele quanto à outras pessoas, tinha medo de magoar, achar que não queria ajudar nos deveres de escola, nas arrumações de seu quarto, nas agilizações para uma coisa ou outra que tinha que fazer e ficava com pena de sobrecarregá-lo e acabava poupando-o, fazendo assim com que eu mesma é que ficasse sem tempo e energia.
Nestes últimos dias em que ele esteve de mudança de uma cidade distante do Rio, fiquei louca de ansiedade, pensando em como ele iria se virar para arrumar tudo que teria de trazer para cá e a própria limpeza e entrega do apartamento alugado por lá. Quando ele foi para esta cidade eu fui junto e o coloquei lá bem instalado, assim como compramos ou enviamos daqui tudo de necessário.
Mais uma vez meu marido acalmou-me e alertou-me para o fato desta minha atitude pró-ativa em querer fazer junto, dizer sim, e que isto não era o certo. Para ele, em sua visão masculina, tudo iria se ajeitar da melhor forma e o filho fazer o que tinha que ser feito e o que não desse certo, tudo bem, ficaria sem fazer, mas que eu não deveria interferir no caso, deveria deixá-lo se virar sozinho, aprender por si mesmo e, depois ele era jovem e forte e não seriam algumas poucas caixinhas de papelão que iriam deixá-lo enrolado.
Devo dizer-lhes que me cocei para não ir junto, mas fiz o certo, mantive-me quieta e mostrei-lhe confiança e incentivo.
Ele foi, vendeu os eletrodomésticos e móveis em uma semana, arrumou sozinho 5 caixas e embarcou-as numa transportadora express, pagou alguém para limpar o apartamento, deu algumas roupas e objetos, cancelou as contas e voltou no domingo, mais morto que vivo, mas super contente e orgulhoso em ter realizado tudo sozinho, e nós mais ainda, claro. E hoje, pegou o carro e foi até a Rodoviária do Rio retirar suas caixas e trouxe-as para o apartamento e já está tudo nos lugares.
Algumas vezes é necessário que fiquemos de fora, apenas orientando, que digamos não em determinadas situações e deixemos que os filhos façam de seu jeito as coisas, muitas vezes não tão bem feitas como nós faríamos, mas é importante para se sentirem mais responsáveis e seguros de si mesmos.
Quando vi esta fotografia hoje no site G1, lembrei-me de meu marido, de seus conselhos e orientações ao meu filho e a mim mesma e do quanto temos aprendido com ele.