Tanta coisa pra se desvendar
Natureza

Tanta coisa pra se desvendar


(Urban Sketchers)


"Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve."
(William Shakespeare) 

Faz tempo que eu não sei como é andar sem destino, sem lenço nem documento, sem hora de partir ou chegar, sem medo de andar por caminhos desconhecidos, sair por aí fazendo o que me desse na telha.  

Já fiz coisas assim em algum tempo da vida. Certa vez queria saber onde era o ponto final de um ônibus que pegava sempre no bairro em que eu morava, mas não sabia de onde ele vinha. Os ônibus do Rio naquela época tinham um letreiro bem em cima que diziam o local de saída e chegada. Assim, por exemplo: Méier-Campo Grande ou Lins-Laranjeiras ou Engenho Novo-Copacabana,  e por aí afora.
Resolvi então saber onde ficava um tal lugar chamado Marechal Hermes e peguei um ônibus que fazia a linha Méier-Marechal.  
Nossa, como era longe aquele tal de Marechal Hermes!
Mas quando a gente é jovem e não tem compromisso, tudo é divertido e permitido. Olhando pela janela do ônibus  pode-se descobrir coisas incríveis, casas diferentes, gente diferente, vidas que passam como num filmezinho por aquela fresta de janela.  

Hoje parece um museu guardado em minha mente, mas gosto de remexer estes guardados, pois isso me faz ter a sensação de que vivi e fui jovem realmente, querendo descobrir e explorar as coisas novas na vida.

Ah, sim!   Querem saber o que eu vi lá em Marechal Hermes, não é?

Bem, pra dizer a verdade não vi nada, porque não saltei do ônibus, continuei dentro dele e paguei a passagem de volta pro Méier, afinal eu era uma exploradora muito pouco ousada e no fundo, fiquei meio preocupada em estar tantos quilômetros longe de casa e sem meus pais saberem de nada.  Naquele tempo não havia telefones celulares para eles monitorarem a gente, então minha consciência dizia que eu não devia me arriscar tanto e que deveria retornar, afinal eu tinha apenas meus 15 anos. Mas, à noite fiquei pensando na minha aventura solitária e no gostinho bom da irreverência e descompromisso.

Hoje, eu bem poderia fazer uma coisa dessas, afinal quem manda no meu nariz sou eu, mas cadê a coragem para entrar num ônibus e ver o que tem lá no final dele, como é o bairro naquele trajeto de linha ou como são as pessoas de lá.  A gente leva tudo tão a sério quando envelhece, não tem coragem de ousar fazer caminhos diferentes, mudar rotas, sentir a vida sem compromissos, sem tempo e sem medo.

Tanta coisa pra se desvendar, como diz o maravilhoso Lenine na música abaixo.







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