Uma amiga ao estilo Mac Gyver
Natureza

Uma amiga ao estilo Mac Gyver



Tenho uma amiga que é uma figura, daquelas do tipo gente boa, tagarela, grande conhecedora da vida e determinada, quando quer algo vai em frente, sem frescura e valente. Eu amo aquela doida!

Ela morou no interior por um bom tempo, mesmo sendo carioquíssima, mas viveu e criou suas filhas numa pequena cidade distante do centro do Rio mais ou menos umas três horas de viagem. Eu também morei lá e foi lá que fizemos e solidificamos nossa amizade e a integração de nossos filhos e família.

Há uns três anos, ela veio para o Rio, morar perto das filhas, ver uma delas se formar na Engenharia e apoiar a outra que está se encaminhando agora nesta mesma área. A mais nova, inclusive, está viajando hoje para Portugal, dando uma paradinha na faculdade e indo se especializar na sua área por um ano em terras européias.

Bem, mas esta amiga é, como já disse, descolada e não tem medo das coisas. Diferente de mim que, mesmo sendo carioca, não tive peito de enfrentar o Rio e suas mazelas do dia a dia e vim me "esconder", resguardando-me do outro lado da Baía que é um pouco mais tranquilo de se morar.

Ela, não! Foi pro Flamengo e por lá se adaptou, convivendo na cidade com naturalidade diante da mistureba carioca que é o Rio de hoje. Entra e sai de ônibus com uma destreza de dar inveja, visita amigos lá dentro da cidade nos bairros bem distantes e até mesmo aqui em Niterói vem constantemente, pegando o tal "frescão" indo e vindo numa boa.

Daí, hoje ela me liga e me conta o "tour" que fez com uma outra amigona nossa que estava no Rio acompanhando o marido a trabalho, mas que prá não ficar sozinha no hotel em Copacabana, foi lá encontrar-se com nossa amiga e ela a convidou para um passeio à Petrópolis nas lojas da rua Teresa, cheias de boutiques e preços bons.

Aninha aceitou e achou ótimo, assim o dia passaria rapidinho e quando o marido retornasse à tardinha do trabalho ela já estaria de volta também no Hotel. Mas ela não contava que a nossa amiga, tranquilex e relax, fosse enfiá-la num ônibus desses loucos com um motorista que fez o percurso entrando e saindo em bairros tenebrosos pelo centrão do Rio, esquecido pelo poder público e até por Deus. Aninha se assustou de cara, pensava que iam pegar um táxi, mas nossa amiga disse prá ela: "Táxi, vai gastar dinheiro à toa e depois vai comprar pouca coisa. Nada disso, vamos de "busão" mesmo e deixa comigo, você vai ver é tranquilo!"


Tranquiloooooooooooo, e motorista de ônibus no Rio dirige tranquilo!!!??? Eles não andam na faixa da direita nem que tenha um guarda em cada esquina multando. Não estão nem aí! Acho que tomam Red Bull ou Gatorade o dia inteiro para dirigirem desse jeito abestalhado. Dirigem aqueles monstros como se fossem pilotos de fórmula indy. O motorista entrava e saia por ruas estranhas, lugares horrorosos naquele centrão obscuro do Rio que lembra N.York das décadas de 70/80. O vento entrando pelas janelas e a Aninha com aquele "zóião", mistura de medo, expectativa e adrenalina.

Os ônibus cariocas chegam rápido em qualquer lugar, mas tem que saber se segurar no banco, senão fica como a pobre da Aninha que se chacoalhava prá lá e prá cá, com a outra ainda dizendo: "Eu, heim, pois eu sou mais velha e tô melhor que você! kakakka e ainda ria aos montes da cara de assustada da pobrezinha!

Tudo isso para chegarem à Rodoviária e pegarem um ônibus bonitão que leva à serra de Petrópolis.
Aí a Aninha relaxou, quase dormiu no percurso.


Mas, se pensam que acaba por aí a estória, ledo engano. Quando retornaram ao Rio e chegaram na rodoviária, lá foram as duas andando atrás de um ônibus que nossa amiga disse prá Aninha ser mais seguro do que entrar naqueles táxis que fazem ponto ali pelo Terminal.

Mais alguns minutos de suspense e sacolejos e chegaram aos seus destinos. Ufa! Fiquei imaginando toda esta viagem ao estilo Mac Gyver e só de pensar já fiquei cansada.


A Aninha parece que gostou, pois no dia seguinte, de manhã cedinho já estava lá no apartamento de nossa amiga para um novo passeio. Dessa vez menos aventuresco, preferindo ir à pé mesmo para o Shopping Rio-Sul ali perto.


A gente se acostuma a tudo e até eu já tenho feito algumas incursões de ônibus por aqui sozinha, mas quando estou com esta minha amiga, visto um uniforme imaginário de mulher-maravilha e lá vou eu, morrendo de medo, mas tentando vencer os obstáculos da vida, senão como ela mesma diz, não se vive, afinal.







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