Ruazinha em Lisboa - Blogagem do Dia da Poesia
Natureza

Ruazinha em Lisboa - Blogagem do Dia da Poesia




(Vídeo por Beth Q.)


Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...


Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, Poema III, in Obras de Fernando Pessoa, vol. I, Lello & Irmão - Editores, Porto, 1986



Escolhi este vídeo que fizemos da viagem à Portugal em 2009 porque esta simples ruazinha, iluminada pelo sol e o canto do pássaro, são coisas que ficaram em minha memória e me agrada rever, e é isso que gosto mais de observar quando viajo. Coisas simples do cotidiano, mas que marcam o meu espírito e chamam minha atenção, simplesmente por que sou parecida com este poeta de alma camponesa que só tinha olhos para a natureza e de onde buscava a força inspiradora que a Mãe-Terra transmitia e que lhe oferecia.  [Talvez eu seja, lá no fundo do meu íntimo, uma simples camponesa revestida de ares citadinos.]

Conheça Cesário Verde aqui.


Este post faz parte da Blogagem Coletiva sugerida pela Glorinha e Lu Souza para celebrarmos juntos o Dia da Poesia.












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