Natureza
Que dia é hoje?
Amanheceu um domingo de sol, mesmo a meteorologia tendo afirmado que teríamos um final de semana chuvoso. Ótimo!
E ainda por cima é 7 de Setembro. Tá, ninguém se lembra mais que dia é hoje não é mesmo!
Eu também quase não me lembrava, até que um barulho ensurdecedor, me fez virar na cama e perguntar ao marido o que estava acontecendo. Ele me tranquilizou, dizendo que era apenas um caça da Força Aérea Brasileira que passou sobre o prédio e foi dar seus rasantes lá pelas alturas da praia, comemorando o Dia da Independência do Brasil. Máquina poderosa aquilo!
E ali mesmo ficamos relembrando como eram as comemorações desse dia quando éramos crianças.
A gente já levantava feliz, botava o uniforme da Escola Pública que nos idos de 60 ainda eram as melhores escolas do país e saíamos orgulhosos com nossos pais para desfilar.
Sim, nós desfilávamos e usávamos o uniforme impecável com uma luvinha na mão e a outra na cintura. Bandeirinhas eram em montes pelas ruas ensolaradas e a gente sabia cantar o Hino Nacional inteirinho, assim como o Hino da Independência e outros tantos.
Naqueles tempos os alunos faziam fila no pátio todos os dias antes de começar as aulas e cantavam algum dos hinos nacionais, tais como o da Bandeira, da Marinha, etc. Só depois disso é que seguíamos em fila, sem correrias até as salas de aula.
Era tudo muito bonito, pelo menos para nós criancinhas de coração puro e que nem de longe imaginávamos o que rolava por trás dos panos. Enquanto isso o couro comia nos quartéis e nas prisões que faziam daqueles que hoje estão conduzindo os destinos da nação, serem chamados de comunistas e anti-brasileiros. Era a repressão, o AI-5, o totalitarismo, a tortura e a ditadura que os militares impunham sobre a nação, mas que num 7 de setembro ensolarado e com criancinhas alegres e empunhando a bandeirinha brasileira, fazia parecer o melhor dos mundos aqui na terra.
E eu lá, bem pateta, feliz da vida desfilando e sabendo que dali iríamos para o almoço de domingo ou feriado como aquele, o qual meu pai sempre fazia aquela macarronada com o molho que ele aprendeu com sua mãe e era mesmo sensacional.
Sensacional também era esta efeméride que acabava por se tornar familiar, envolvendo a todos, trazendo para as ruas alegria e nas casas o dia inteiro reprisava o desfile militar.
Hoje, se não fosse o vôo solitário do caça, talvez só me lembraria muito mais tarde, quando visse algo na TV ou no jornal. Porque o mais importante parece ser o jogo de futebol do Brasil contra o Chile que pode decidir a vaga na próxima Copa do mundo.
Falta civismo, não ufanismo, falta consideração pela pátria, não saudosismo, mas como? Se hoje, embora estejamos independentes há 176 anos como nação de uma só língua e milhões de almas, temos ainda por conquistar a independência de nossas consciências e atos, já que a grande massa ainda não tem conhecimentos através da luz da educação e cultura.
Quando tivermos tudo isso, aí sim, o Brasil poderá amanhecer um 7 de setembro e comemorar de verdade, sem vergonha de ser feliz.
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