Um novo espaço de conservação ambiental, diversão e lazer estará, em breve, à disposição da população de Brasília. É o Parque Burle Marx, com cerca de 3 milhões de metros quadrados, entre o local onde será construído o Setor Habitacional Noroeste e a Asa Norte, no Plano Piloto de Brasília. No momento, são desenvolvidos pela Topocart os projetos executivos de urbanismo, paisagismo e infraestrutura do novo espaço, concebido para compensar o impacto ambiental que será causado pela implantação do novo empreendimento imobiliário.
No início deste ano, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) aprovou o Plano de Manejo elaborado pela Topocart para a Unidade de Conservação e alterou a classificação de Parque Ecológico para Parque de Uso Múltiplo. Essa mudança, segundo a coordenadora do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente da Topocart, Janaina Vieira, possibilita maior flexibilidade na ocupação do espaço sem comprometer a preservação do meio ambiente e ainda contribui para acelerar a elaboração dos projetos que serão desenvolvidos no local.
De acordo com a arquiteta urbanista da Topocart, Carolina Favilla, o parque é uma das condicionantes para obtenção do licenciamento ambiental para a implantação do Setor Habitacional Noroeste. “Graças ao Parque, com suas quatro lagoas de retenção e detenção, foi possível resolver a questão da drenagem pluvial da região”, explica.
Praças e oásis
O estudo preliminar de urbanismo do Parque Burle Marx foi elaborado pelo escritório Jaime Lerner e é composto por um eixo central que interliga os diversos espaços de lazer. Entre as atrações do Parque se destacam a Praça das Sombras, junto a uma das entradas, os espaços Brennand e Krajberg - com exposição permanente de obras ao ar livre desses artistas plásticos, o Jardim Burle Marx, um museu interativo chamado de Planetário Indígena e o Museu Vivo do Cerrado. Intercalando cada uma dessas estruturas, ao longo do eixo central, serão erguidos espaços menores, batizados de oásis, com opções de recreação, gastronomia, exposições e descanso assistido.
Umas principais atrações do Parque será a Praça “Viva o Povo Brasileiro”, que ocupará um espaço de 90 mil metros quadrados destinados a atividades diversificadas que serão desenvolvidas ao redor de uma reprodução do mapa do Brasil em escala reduzida, refletindo fielmente o relevo e cercado por um espelho d’água representando o oceano Atlântico. De acordo com a arquiteta Giannina Picado Maykall, que coordena o desenvolvimento do projeto de implantação do Parque na Topocart, muitas dessas idéias foram incorporadas e desenvolvidas a partir do estudo preliminar elaborado pelo escritório Jaime Lerner. “Além de contemplar aspectos de lazer e meio ambiente, a criação do Parque Burle Marx proporciona soluções viárias para o tráfego da região”, ressalta.
Sustentabilidade
O Parque terá ainda quatro lagoas e uma zona de preservação, onde, possivelmente, será erguida a Escola de Preservação Ambiental de Brasília. Já a faixa que compreende todo o perímetro do empreendimento foi definida como de uso múltiplo e deve abrigar variadas estruturas voltadas para atividades cotidianas dos usuários residentes nas imediações do novo espaço.
Tanto a Escola Ambiental de Brasília, quanto o prédio que abrigará a Administração do Parque Burle Marx apresentam, como diferencial, os projetos concebidos de acordo com um conceito contemporâneo de sustentabilidade. Eles foram desenvolvidos pelo arquiteto da Topocart, Jandson Queiroz, a partir de uma abordagem que incorpora tecnologias de reaproveitamento da água e economia energética por meio de dispositivos como tetos verdes, orientação solar e a utilização de materiais reciclados.