O material utilizado na biolavagem tem como base a cera vegetal da palmeira carnaúba
As atividades desenvolvidas de maneira ecologicamente correta ganham espaço a cada dia. No Distrito Federal, um exemplo de boa prática é a lavagem a seco de veículos, realizada no Sudoeste, desde 2003, que substitui a técnica tradicional, ou seja, com água. O administrador do Sudoeste, Lino Cerqueira, apresentou ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e ao presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Rômullo Mello, o Projeto de Biolavagem de Carros.
O projeto, que reúne em uma cooperativa os antigos lavadores de rua, economiza água e não libera produtos nocivos, numa atitude menos prejudicial ao meio ambiente. A cooperativa dos lavadores já possui mais de cem associados no Setor Sudoeste, Asa Norte, Asa Sul, Cruzeiro, Planaltina, Ceilândia e Taguatinga. O Governo do Distrito Federal, mesmo ainda sem ter assinado a lei que regulariza a profissão de lavador de carro, tem apoiado a iniciativa, amenizado a fiscalização e respeitado o espaço dos profissionais ecologicamente corretos.
Trabalho legalizado
O presidente da cooperativa de lavadores, Afonso Fontenele, diz que esta é a melhor parte: "Agora não precisamos ter medo da fiscalização. Se alguém passa, já sabemos que nosso trabalho é legalizado". O investimento inicial para a biolavagem é de R$ 100, com o qual é possível lavar entre 30 e 40 carros. Os produtos são adquiridos em uma fábrica em Ceilândia-DF e possuem selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O principal trabalho da administração local foi organizar e apoiar os lavadores de carro que toparam o investimento. E agora a cooperativa espera crescer. Os cooperativados negociam um contrato com a Câmara Legislativa para lavar todos os carros da Casa e pretendem implantar, em breve, a lavagem a domicílio.
Carlos Minc, disse que espera que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é o órgão ambiental regulador, aplique boas práticas como esta e restrinja as atividades prejudiciais ao ambiente.
O ministro acrescentou que qualquer prefeitura ou região que queira implantar um projeto semelhante terá o apoio do Ministério. "Educação ambiental é comportamento. Aqui há uma pequena modificação de comportamento que precisa ser replicada". Porém, o ministro não mencionou nenhuma forma direta de incentivo à boa prática.
A biolavagem utiliza quatro produtos diferentes, à base de cera de carnaúba, silicone e tensoativos, que quebram a molécula de sujeira e permitem uma limpeza mais fácil, com menor risco de arranhar a lataria do carro. O custo médio para o lavador é entre R$ 3 e R$ 4.
Na lavagem tradicional, mesmo o custo para o lavador sendo igual, o custo ambiental é muito maior já que, além do desperdício de água, o sabão usado contém ácido sulfônico e soda cáustica, que formam uma espuma poluidora que é liberada diretamente nos esgotos pluviais.
Contato: Associação dos Trabalhadores em Higienização e Biolavagem Automotiva - E-mail: [email protected]