Natureza

Neymar, um gato amarelo e eu.

-Imagem Facebook-

". . . O pulso ainda pulsa

E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa

Ainda é pouco . . ."

(Titãs-O Pulso)

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Este menino, o Neymar, que garoto de ouro! Ele é, sem dúvida, um fantástico jogador e um grande profissional, pois ele sabe se portar, sabe agradar aqui e lá longe, tem respeito, é disciplinado, ouve, sabe exercer o carisma de ídolo, não só sobre as crianças, mas nos adultos, que o acompanham desde o início e se deslumbram com sua precisão de passes e generosidades em campo. Ele só tem 21 anos e tem esta maturidade e equilíbrio emocional de causar espanto. Ele conquista pela competência. Entretanto, quando eu vejo seus tombos em campo, fico receosa por sua integridade física.

Neymar é admirado e ao mesmo tempo invejado, haja vista as pancadas que leva por aí nos jogos internacionais que vem participando. O adversário o golpeia violentamente, na esperança de vê-lo revidar, quem sabe ser colocado fora do gramado, expulso de jogo. Mas ele sempre consegue superar e volta como uma flecha incandescente, sem demonstrar ressentimentos e sem abaixar a cabeça, atravessando o gramado como num palco de balé, graciosamente e deixa lá, carimbado, sua performance própria. Não é à toa que nos dias atuais, sua imagem aparece em muitos lugares da Europa, como por exemplo, a loja da Nike na Champs Elysées, em Paris, usa uma foto gigante do menino-craque em pose de modelo.

Mas, hoje, o ídolo se machucou feio, na lombar e, parece, não poderá participar do próximo jogo da Seleção Brasileira. Uma pena, mas os ídolos também se machucam! Porém, "o pulso ainda pulsa, e o corpo ainda é pouco ..."

* * *

Um gato branco com manchas amarelas, lindo de morrer, pensei logo num possível companheiro pra minha Cici, vinha há dias, rondando sobre o muro da casa. E há dois dias ele resolveu entrar no terreno que é todo da gata, subiu e, miando de levinho, quis repartir o jantar com a menina. Ela, não deixou, claro! Deu umas miadas fortes e o marido abriu a porta da garagem para ver o que era. E lá estava ele, meio gorduchinho, não tinha cara de quem passa fome, mas tava a fim de comer a comidinha da Cici e ela não estava gostando daquilo, afinal ela é a dona do pedaço e não ia dividir suas Whiskas de salmão com um gato bonitão, mas fominha.

Daí, o marido me assobia lá de fora, para eu chegar na janela da sala, a fim de ver o pretendente comilão. O gato estava comendo num outro pote que o marido tinha arranjado pra ele e a Cici no dela, meio distante para não ter briga. Comeu e se mandou pra cima do muro novamente, em seguida foi embora e até agora não mais voltou. Deu um pulo para alcançar o muro alto, sem medo, afinal se caísse não teria problemas, dizem, gato tem sete vidas, menos eu.

* * *

Quanto a mim, na ânsia de ver o belo gato branco e amarelo, saí em disparada pela casa, na direção da janela da sala da frente. Era noite, as luzes estavam apagadas na sala, não vi o baú vermelho, tropecei nele e me estatelei no meio do tapete, mais parecia o gato em seu salto sobre o muro. Só que precisei da ajuda do marido para me levantar, tal era a dor no lado direito, bem abaixo do peito.

Conclusão: não sou Neymar nem gato, portanto, passados estes dois dias, a dor aumentou e eu fui ao hospital fazer um raio-x e não deu outra; fissurei a última costela e estou aqui, agora, bem mais descansada do que antes, pois tenho que ficar de molho por umas seis semanas, já que para estes casos não se enfaixa nem engessa, apenas deve-se fazer repouso, ficar quietinha. Tudo bem, era isso mesmo que eu vim fazer aqui por estes dias, mas nem tanto! Contudo, já devorei um livro, estou lendo mais dois, vi excelentes filmes, em casa e no cinema e vou levando, afinal "o corpo, ainda pulsa, e o corpo ainda é pouco ..."

Será que gato amarelo dá azar?!

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