Natureza
Medo
Medo. Para mim é como ligar um carro, dar partida e não saber o rumo, não ter um GPS em mãos ou a mínima noção para onde se vai - o desconhecido - que pode ser definido como a morte. Morte é sinônimo de Medo para a maioria das pessoas, porque temos medo do desconhecido e do mistério deste infindável universo em que estamos inseridos.
Eu tenho medo de ter medo esta é a verdade absoluta.
Eu sei que não faz sentido sentir medo, por isso tenho me policiado para isso, exercitando minha auto-confiança para não viver com medos. E já colhi bons frutos sobre esta minha postura positiva que exerço de dois anos para cá, mas ainda falta muito para me sentir totalmente livre deste sentimento que pode vir a destruir uma pessoa. Afinal, quando se tem medo e deixamos que ele cresça dentro da gente, ficamos com o corpo e a mente paralisados, completamente bloqueados e, posso dizer-lhes que passei por uma experiência neste sentido certa vez na vida e podem até achar que minha estória foi besteira, afinal existem casos muito sérios e mil vezes pior do que este, mas para mim, aqueles minutos foram assustadores e pensei que fosse dar adeus para esta vida que amo tanto.
Foi assim:
- Nunca tinha feito um exame daqueles que a gente entra totalmente numa máquina (ressonância magnética) e depois fecham a portinha e é como se fôssemos lacrados numa cápsula prestes a ser lançados como um míssel de alguma nave na estratosfera. Pelo menos foi esta a impressão, já que tinha os pés presos por algo e não podia mexer-me naquele tubo branco, longo e estreito. Só ouvia estalos e bem altos por sinal que na verdade é a leitura que algum técnico em radiologia ou médico, faz do seu corpo ou do local que precisa ser averiguado.
Acontece que ninguém toca em você e nem se comunica e o exame é longo, demora bastante e se você tem algum problema de claustrofobia aquilo ali é uma máquina de fazer defunto, pois o desespero que foi crescendo dentro de mim e o Medo fez com que meu coração disparasse tanto e eu podia ouvi-lo como se fosse um tambor no peito, batendo forte, deixando-me bloqueada de corpo e mente. Eu só pensava que tinham me esquecido trancada naquela horrível máquina e que fosse morrer ali, de uma forma idiota, esquecida, trancafiada num tubo metálico. Morte mais sem graça!!! Se é que é possível morrer bem!
Quando eu pensei que ia dizer bye bye para a vida e tinha rezado para todos os santos, passados mais de 25 ou 30 minutos, uma voz metálica por microfonia, dirigiu-se à minha pessoa - "Senhora, tudo bem? Por favor não se mexa, ainda faltam alguns minutos"
E eu gritei: - Ei, me tira daqui, quem está falando, eu quero sair agooooooooooora!
E a bendita voz repetiu: "Senhora, calma, estamos terminando, mais 10 minutos por favor e não se mexa."
Depois, sumiu novamente!
E eu fiquei ali, com a maior raiva então, já não tinha mais o pavor de antes, meu coração se estabeleceu e voltou ao compasso normal, mas a raiva deu lugar a tudo, inclusive ao medo que daquele momento já não mais existia porque eu sabia que tinha alguém lá me monitorando.
Quando saí dali estava de pernas bambas, mas com uma cara de quem ia matar o primeiro pela frente e o primeiro era o marido que, estava o tempo todo na sala, mas lendo tranquilamente, alheio aos meus ataques de nervos no tubo e ao medo absurdo que encarei por quase 40 minutos.
Esta experiência serviu para que eu descobrisse meu pânico a lugares apertados e fechados, claustrofobia é o nome disso e uma pessoa que sofre deste mal, sabe que é desconfortável e pode levar alguém a um descontrole total.
A frase de Eleanor Roosevelt diz um pouco sobre o medo: "Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que você enfrenta o medo. você tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue."
Depois desta fatídica experiência na máquina de ressonância magnética, já fiz mais um exame desses e, apesar de demorado e chato, não fiquei desorientada, pois já sabia o que iria acontecer, apesar de detestar ficar ali trancada, mas já não era o desconhecido que eu tinha que enfrentar, apenas o meu medo e este venho controlando, quer seja numa simples máquina como esta ou num avião para longa distância ou mesmo um navio transatlântico que enfrentei numa viagem de cruzeiro no ano passado.
Não sou tão otimista diante do medo como Airton Senna: "O medo me fascina."
Não. Meu fascínio é pela vida e pela felicidade.
E para driblar o medo, tenho tentado construir a cada dia dentro de mim um mundo novo, ainda com muitas coisas desconhecidas, mas com entusiasmo e esforço para não me entregar a este sentimento que acaba nos derrotando e levando-nos para um lado escuro sem poder aproveitar o melhor da vida.
Este post faz parte da Blogagem Coletiva sobre Sentimentos que a amiga Glorinha, do Café com Bolo, propôs para esta semana.
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