Natureza
Mau planejamento de transporte tem forte impacto ambiental
Pesquisa da UCB estuda danos no meio ambiente relacionados ao trânsito do DF
O Grupo de Pesquisa sobre “Mudanças Ambientais Globais e Vulnerabilidade Humana” do Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília avalia a qualidade sócio-ambiental do DF. Coordenado pelo professor Genebaldo Freire Dias, o grupo tem como principais objetivos avaliar as vulnerabilidades do DF e avaliar as contribuições das emissões da frota de veículos do DF à concentração do CO2 na atmosfera.
O estilo de vida no qual vive a maioria das pessoas está baseado na exploração sem limites dos recursos naturais, gerando pressões insustentáveis, como poluição, desmatamento, queimadas, erosão, aniquilação da biodiversidade, desperdícios, alto consumo e geração de resíduos e emissões.
A demanda de recursos é maior do que o planeta tem condições de oferecer sem perder seu equilíbrio. O Distrito Federal possui exemplos dessa situação. Ao lado da frenética expansão urbana que soterrou minas d’água, derrubou florestas, expulsou a fauna silvestre e atropelou as leis ambientais, também não conseguiu implantar um sistema de transporte coletivo eficiente que contemplasse economia, conforto, segurança, estética e preservação. Com isso, opera uma forma de transporte de alto custo energético e dano ambiental, pois se baseia predominantemente na queima de combustíveis fósseis e no transporte individual.
O DF tem uma frota de 1.170.558 veículos (dados de maio de 2010). Considerando que cada veículo transite, em média, 50 km por dia e que a cada quilômetro rodado emita 150 g de CO2 (média dos carros nacionais usando gasol – álcool mais gasolina), tem-se em um ano a emissão para a atmosfera de 3.200.000 toneladas de CO2.
Para “neutralizar” essa emissão seriam necessários 57.600 km2 de áreas florestais (considerando florestas mais densas como a Mata Atlântica, por exemplo), ou seja, seriam necessárias 9,7 vezes a área do DF (5.882 km2), para capturar tais emissões.
O agravante desse quadro é que enquanto aumenta-se continuamente a frota de veículos (aumento das emissões), a área verde da cidade é reduzida, o que diminui a capacidade de absorção, por meio dos processos de mudanças no uso do solo (desmatamento, queimadas, transformação para pastagens, urbanização, principalmente).
Obviamente, é muito difícil encontrar uma situação na qual toda a frota da região esteja em funcionamento. Mas, mesmo considerando apenas 1/3 da frota em uso, os resultados ainda seriam preocupantes: a frota despeja 1.066.000 toneladas de CO2 / ano que precisam de 19.200 km2 de florestas para neutralizar, o que equivale a área de 3,2 “DF’s”.
Fonte: Assessoria de Imprensa / Capital UCB
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