Mais uma iniciativa com o objetivo de promover a sustentabilidade, o bem-estar animal, incrementar a produtividade e garantir a beleza da paisagem, o Recanto Ecológico Rio da Prata realiza outra etapa de implantação do Sistema Silvipastoril na fazenda sede do passeio, a Cabeceira do Prata, localizada no município de Jardim-MS, próximo a Bonito.
Neste mês de novembro, a fazenda Cabeceira do Prata promoveu o plantio de 210 mudas de árvores de 21 espécies nativas do cerrado, as quais atraem a fauna local. Dentre elas, Angico-vermelho, Cumbaru, Pequi, Aroeira, Mandovi, Mandiocão, Cedro, entre outras. Após o próximo período de chuva está previsto o plantio de mais 300 mudas no local, totalizando 14 hectares. As mudas foram cultivadas no viveiro da própria fazenda, e o plantio está sendo feito com adubação orgânica, evitando assim o uso de adubo químico.
O Sistema Silvipastoril (SSP) é a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Nesses sistemas, ocorrem interações em todos os sentidos e em diferentes magnitudes. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa - as árvores, além de produzir frutos que podem ser utilizados para consumo interno da fazenda e servir como alimento para o gado, também permitem o aumento da diversidade da fauna. Além disso, podem reduzir a erosão, melhorar a conservação da água, diminuir a necessidade de fertilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade e melhorar o conforto dos animais. E são esses os objetivos pretendidos pelo Recanto Ecológico Rio da Prata: reduzir o uso de insumos, conservar a natureza local e otimizar a produção através de práticas sustentáveis.
Segundo o proprietário da Fazenda Cabeceira do Prata, Eduardo Folley Coelho, este é um projeto inovador, que através do ecoturismo desenvolvido na fazenda, poderá ser mostrado para o mundo. "Existem maneiras bem mais econômicas para produzir, e assim o lucro é maior. Mas não é viável, já que o meio ambiente pode pagar muito caro por essa 'economia' de investimento", diz Eduardo. Ele exemplifica explicando que usar adubo químico é mais barato, mas contribui para o aquecimento global, já que os gases tóxicos evaporam e vão para a atmosfera. O empresário conta que a evolução desse projeto pode gerar parcerias futuras com universidades e núcleos de pesquisa a fim de promover o melhoramento genético e a seleção das espécies da flora nativa.
A implantação do Sistema Silvipastoril na fazenda sede do passeio ecoturístico Recanto Ecológico Rio da Prata, além de melhorar e tornar mais bonito o ambiente para o ecoturismo, pretende incentivar proprietários de terra da região na adoção de práticas sustentáveis. "Algumas atitudes podem ser boas para a gente, mas não para os outros", completa Eduardo.
Fotos: Divulgação Rio da Prata