Natureza
As Dores
-Imagem Corbis-
Não é raro que a gente se medique quando tem uma ou outra coisinha nos atormentando e aqui no Brasil fica mais fácil ainda, já que as farmácias expõem seus medicamentos à vontade, você pode comprar até a granel se quiser, é só ir enchendo a cestinha, uma festa para os hipocondríacos. Se temos dor de cabeça, a aspirina é o remédio quase certo, se for uma tosse fraquinha, um bom xarope a base de mel e agrião e para a garganta que arranha, nada melhor que pastilhas de hortelã; para gases, todo mundo conhece o luftal e por aí afora. O famoso ditado "De médico e de louco todo mundo tem um pouco" cabe muito bem para quem se medica por conta própria ou dá idéias pros outros. Eu mesma conheço alguém que sabe muito sobre doenças e dores, de vez em quando até me 'consulto' com ela. Mas, se a tosse não passa e aparece febre, o melhor é ir a um médico e não bobear para não evoluir em algo pior.
Os remédios da minha infância e que estão gravados na memória olfativa até hoje são: Biotônico Fontoura que era uma delícia, Calcigenol todo rosinha e doce e o terrível e intragável Óleo de Fígado de Bacalhau. Hirrc!
Lá em casa todos os três tomavam e minha mãe não aliviava, todos os dias, em escadinha, a gente engolia este medicamento que, segundo ela e o médico, fortalecia os músculos e o cérebro.
A verdade é que detesto sentir dor, não sei administrar nenhuma dorzinha e fico até meio descontrolada.
Os tempos mudaram, felizmente, e já não se sofre de dores que no passado eram muito comuns, como dor de dente por exemplo. Hoje, podemos tratar dos mesmos e evitar que cresça uma cárie ou tenha que retirar o dente, só em casos extremos mesmo.
Eu já experimentei dois tipos de dores grandes na vida. Primeiro eram as cólicas menstruais da juventude que me deixavam de cama e tinha que tomar algum analgésico e minha mãe colocava bolsas de água morna em minha barriga para amenizar as benditas cólicas e depois, mais adulta, pedras na vesícula, que da terceira vez em que fui parar num pronto-socorro, resolvi que tinha mesmo que operar e retirá-la.
Quando a gente sente dor parece que o mundo inteiro desaparece e ficamos só nós ali, sofrendo e querendo uma resolução, pois nada interessa-nos, nem mesmo o doce mais gostoso,um sorvete, nada ... a gente não quer sentir dor, isto sim!
E ainda bem que a ciência evoluiu em suas descobertas para o domínio da dor, pois não adiantaria tanto progresso e tecnologia se nosso corpo sentisse dor e não pudéssemos usufruir de tudo isto.
No livro "Quando eu era menino" do meu querido Rubem Alves, ele fala sobre as dores que teve na sua infância e como era difícil naqueles tempos ser tratado e medicado, ele diz: "Na roça se sofria muito, sem esperança. Na roça a dor mandava. É por isso que se dizia, quando uma pessoa morria: "Descansou...""
Ao final deste capítulo Rubem Alves deixa alguns tópicos PARA PENSAR:
* Faça uma lista das dores que você já sentiu, das dores que você viu outras pessoas sentirem, das dores sobre que você ouviu. Para ajudar vou começar: picada de abelha, espinho no pé, martelada no dedo, topada do mindinho do pé na ponta da mesa, encostar a mão na panela quente, beliscão, palmada ...
* As dores têm uma função importante. São sinais de alarme. Uma dor quer dizer que algo errado está acontecendo no organismo. Por isso é importante descobrir a causa da dor. Pode ser um apêndice inflamado...
* Há a dor que, acho, você nunca sentiu: a dor da fome. Há milhões de pessoas que sentem a dor da fome, há milhões de pessoas que morrem sentindo a dor da fome.Enquanto alguns morrem de fome, há outros que sentem a dor de ter comido demais. Comer mais do que o corpo pede se chama gula. Os teólogos diziam que gula é pecado. Há alguma coisa errada num mndo em que uns morrem de fome e outros esbanjam comida. Por que será que há pessoas que não têm o que comer?O que se deveria fazer para que todos tivessem o que comer?
* Na sua casa faça um relatório sobre a comida que se perde: frutas que apodrecem, pão que fica velho, sobras de comida jogadas no lixo."No princípio era a dor ... Foi a dor que fez os homens pensarem. Pensaram no que fazer para parar de sofrer. A ciência começa sempre com a dor. E todo o conhecimento científico que os homens criaram e acumularam através dos milênios tem um objetivo apenas: fazer com que soframos menos. É preciso não sofrer para poder ter alegrias. Assim, a ciência, que tira a dor, está a serviço da arte, que dá alegria."Rubem Alves
Uma criança com sintomas de desnutrição chora ao ser examinada por um médico em uma clínica dirigida pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no campo de refugiados de Dadaab no nordeste do Quênia, em foto tirada no último dia 17. O campo de refugiados de Dadaab, o maior complexo deste tipo no mundo, foi criado no início da guerra civil na Somália, em 1991, com capacidade para 90 mil refugiados.
(UOL)
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