Desde Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, passando pela Malásia, pela Europa e pela Califórnia, até São Paulo, uma arquitetura mais sustentável parece estar chegando. Novos prédios que produzem a energia que gastam, que possuem ventilação natural, que usam materiais reciclados estão saindo das pranchetas (só uma maneira de dizer, pois acho que os arquitetos nem usam mais pranchetas...) e colonizando as cidades.
Apesar da onda ser bem mais forte em lugares como Dubai, começamos a sentir os seus reflexos com o lançamento do edifício sustentável da Universidade de São Paulo. Produzindo 100% da energia que vai consumir, será o primeiro prédio totalmente sustentável do país e abrigará, bem a propósito, o Centro de Estudos do Clima e Ambientes Sustentáveis, devendo ficar pronto em 2011.
Recentemente, o canal de TV Discovery exibiu uma série chamada "Ecópolis", cuja idéia é discutir algumas tecnologias promissoras para resolver problemas das grandes cidades, como água, lixo, energia e transporte.
A tristeza é que Dubai está investindo muito, a Malásia tem projetos incríveis, a USP já deu seu primeiro passo, e Brasília, nossa moderna capital, com seus edifícios-esculturas, nada... nem a luz natural da cidade aproveitam... A Universidade de Brasília, com seus novos prédios tão pouco sustentáveis, perdeu uma grande oportunidade de se lançar na vanguarda outra vez.
Além disso, nossas cidades têm pouco ou quase nenhum planejamento; problemas básicos, como saneamento, ainda não foram resolvidos; as apostas em fontes de energia alternativas parecem ter sido esquecidas com a abissal redução do preço do petróleo; e o transporte está cada vez mais caótico. Enfim, enquanto alguns usam sua criatividade para conceber esses novos maravilhosos edifícios, pensando em melhorar a qualidade de vida nas cidades, outros a dispendem garantindo a deterioração dessa mesma qualidade de vida, vide, por exemplo, a publicidade de automóveis. Aliás, há controvérsias se existe realmente criatividade nesse ramo..
Projeto do Edifício Sustentável da USP clique aqui
Exemplo de Edifícios Sustentáveis na Malásia clique aqui
Fonte: Nurit Bensusan-Globo / IBRAM-GDF