Natureza
Os tesouros do Rio
-GuaRantiga-Facebook-
Com a iminência da Copa do Mundo e das Olimpíadas, o Rio de Janeiro é uma cidade no presente momento, complicada de se locomover, com obras para todos os cantos e um stress cotidiano para quem trabalha no centro e mora distante. Por sinal, a maioria das pessoas mora distante, muito poucos residem no centro da cidade, embora tenha sido ali que começou a vida do povo carioca. Entre o Morro do Castelo e a zona portuária onde desembarcaram mais de 200 mil escravos africanos que foram se misturando aos índios e com os portugueses. Depois, já no século XIX, com a finalidade do saneamento e ampliação da malha viária, Pereira Passos, grande engenheiro e prefeito da cidade, demoliu casarões, abriu diversas ruas e alargou outras. O alargamento das ruas permitiu o arejamento, ventilação e melhor iluminação do centro e aquela cidade conhecida pelo apelido de Cidade da Morte, ganhava então o título de Cidade Maravilhosa.
Mas, o que este inteligente homem não podia prever é que seu plano implicou em alto custo social e muitas pessoas não podiam pagar para morar no belo centro todo renovado e com ares europeus, assim, muitos foram para os subúrbios e outros, principalmente os escravos, recém libertos, foram para os morros, formando então as favelas e isto marcou a configuração da cidade até os dias de hoje.
Agora temos um prefeito e um governador empenhados em mostrar serviço para a Fifa e, novamente, a heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro está sendo esburacada, viaduto na mira para ser demolido e mais uma linha de metrô sendo construída. Assim, não só Operários trabalham e convivem com o ritmo frenético do canteiro de obras da Linha 4 do metrô carioca, como Arqueólogos, em número de 26 profissionais, que desde março resgataram e estocaram milhares de peças, algumas relíquias datadas dos séculos XVII, XVIII e mais atuais do século XIX, como uma escova de dentes, uma caixa em louça para pasta de dentes, itens que ajudam a reconstituir os hábitos sociais, principalmente da elite e da família imperial, pois usavam a região como área de descarte, já que na época não havia coleta de lixo, então os moradores enterravam resíduos nos seus quintais.
Estes objetos que falam muito da memória do Rio, serão mostrados para visitação ao final de toda esta obra, mas achei tão interessantes as imagens de alguns desses objetos que vi hoje neste site, que resolvi trazê-las para dividir esta bonita descoberta com os amigos que não estão plugados nas notícias daqui.
Xícaras francesas e inglesas encontradas no sítio arqueológico da Leopoldina-RJ.
CLIQUE AQUI E VEJA MAIS PEÇAS.
Quem sabe daqui há alguns duzentos ou trezentos anos, quando outro prefeito resolver fazer novas obras e dar, enfim, solução para todos os nossos problemas de locomoção e moradia, o que será que vão achar de nossas lembranças materiais?
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