Os ganhos da maturidade e a festa da Leila
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Os ganhos da maturidade e a festa da Leila



Minha ida para Macaé na sexta-feira passada, juntamente com a Glorinha, foi por um motivo prá lá de feliz. Era a festa de 50 anos de outra amigona nossa, a Leila.


A chegada já começou festiva na casa da Ana que nos aguardava com um almoço preparado com todo esmero e que, minha gente, vou lhes dizer uma coisa, sinceramente nunca comi um Bobó de Camarão daquele jeito que só ela, sergipana da gema, sabe fazer e temperar.
Além de outras iguarias e sobremesas divinas. Ela e sua família nos encheram de mimos e conversas animadas até bem tarde da noite.


À noitinha partimos para o clube Cidade do Sol onde foi a comemoração do aniversário da Leila. Este clube é de frente para o mar e, apesar do friozinho agradável, tinha uma linda lua a nos acompanhar e as ondas branquinhas refletindo o luar. Lembrei-me com saudades dos tempos que ia até ali, levar meu filho Daniel para as aulinhas de natação desde quando ele era um bebezinho de 11 meses e depois para as inúmeras competições que ele participava e ganhava medalhinhas. Ele é hoje um excelente nadador e incentivo a quem tem filhos pequeninos a começar desde cedo.


Lá dentro, muita gente para homenagear a amiga, assim revimos muitos conhecidos e amigos de longa data. O som maravilhoso com músicas que iam dos anos 70 aos atuais, muita gente bonita, jovens e mais velhos, dançando e cantando. Eu, claro, dancei até o finalzinho. Só parei umas duas vezes prá descansar os pés que ao chegar em casa já denunciavam um certo cansaço.


No dia seguinte uma mesa de café com tudo a que tínhamos direito nos aguardava na parte de baixo da casa da Ana, que com seu marido Vital, gentilmente nos levaram até Rio das Ostras onde moram minha mãe e irmã. Um almoço gostoso feito por minha irmã nos esperava e mais bate-papo até à tardinha, quando eu e Glorinha, entramos no ônibus para o Rio e voltamos contentes da vida, papeando até a chegada, onde nossos queridíssimos maridos nos encontraram para muitos beijinhos e abraços saudosos deste 1 dia e meio de distância.


Como viram, nós, mulheres, estamos fazendo um bom uso dessa atual vida na maturidade, num momento em que não temos tantas solicitações dentro de casa e que um dia até foram muito boas, estimulantes e outras vezes difíceis, mas agora o tempo é outro, pois já com os filhos adultos, muitos estudando longe ou trabalhando
, podemos preencher este vácuo (pois filhos são sempre nossos filhos ainda que não morem conosco) e esta cumplicidade que temos com nossos pares têm nos permitido tirar algumas vantagens para continuarmos a ser felizes. Porque toda mulher gosta e precisa disso.


Deixo, então, um pequeno trecho de Lya Luft que lembra esta atitude e de como as mulheres estão buscando essas pequenas doses de felicidade na maturidade:


.........................................................................
"Mas na sua idade a gente ainda pode tentar ser feliz mais uma vez?

Eu me espantava:
- Gente, tenho só 46 anos, não 146!


Isso foi aguçando meu interesse pela questão: somos modernos e tão antigos; somos liberados e tão limitados; somos do novo milênio e nem ao menos aceitamos com inteligência a passagem do tempo, e a nossa passagem no tempo.

Lançadas as nossas bases - a juventude - começamos enfim a crescer. Aprendemos a relaxar, a ter mais humor, a driblar melhor as coisas negativas, a prestar mais atenção ao que se desenrola à nossa volta. A felicidade exige paciência: é soma, acréscimo, conquista e aperfeiçoamento.


Numa palestra sobre novos interesses na maturidade e na velhice notei que 90% dos freqüentadores eram mulheres.
Perguntei a um colega meu da mesa de palestrantes, médico:
"Onde estão os homens que deveriam estar nesta platéia...""
Ele, brincando, devolveu a pergunta:
"Você já ouviu falar em excursão para viúvos ou palestras para homens?"


Eu nunca tinha pensado nisso. Por que não existem?

Porque há menos homens viúvos, uma vez que morrem antes das mulheres, e os que ficam sozinhos raramente permanecem sozinhos, buscam logo outra companheira? É possível.

Porque boa parte deles, ficando sozinhos, se resignam, se deprimem mais tempo, apóiam-se mais nos filhos? Também.


Porque se ocupam mais com seu trabalho quando não se aposentam precoce e desnecessariamente? Idem.

Serão mais inibidos pela idéia que lhes é imposta de que não se pode mudar, é preciso conquistar e aferrar-se a uma posição, voltar atrás é fraqueza.

Além disso mulheres têm maior capacidade de formar laços, de curtir afetos, de se reunir em grupo. São mais solidárias e mais cúmplices entre si. Talvez com mais capacidade de alegria.

Vejo mulheres viajando sozinhas, em pares ou grupos, divertindo-se, conhecendo coisas e lugares, cultivando interesses, travando novas relações, voltando a estudar. Interagindo, progredindo.

Não vejo tantas vezes homens fazendo o mesmo. Viajando em dois ou em grupos, desconheço.
Voltando a estudar, raramente. Por que aos 70 anos não se pode fazer uma pós-graduçaõ, por exemplo? Ou entrar pela primeira vez em uma biblioteca pública para ver o que há nos livros? O que se vê de novo nos cinemas?"

......................................................................... (Perdas & Ganhos)


Agradeço imensamente o carinho que Ana e sua família nos deram neste período em que, juntos e felizes, celebramos a força da amizade e o prazer pela vida.



Parabéns Leila!





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