O que eu penso, o que eu sinto e outras cositas más.
Natureza

O que eu penso, o que eu sinto e outras cositas más.



Durante todo este período que escrevo aqui no meu bloguinho, fiz alguns posts que podemos chamar de abobrinhas gerais, outros de reflexão e filosofia de vida, meus pensamentos e o que percebo por aí afora e alguns poucos sobre política e história, algumas coisas baseadas em livros que li ou filmes que vi. 
Como sabem e eu sempre deixei claro, não sou escritora nem tenho esta aspiração, mas aqui é um espaço que encontrei para expressar meus pensamentos e interagir com outras pessoas com os mesmos ou diferentes pensamentos, numa proposta sempre de conhecimento e engrandecimento social e espiritual.

O total de 1400 posts no decorrer destes 4 anos, geraram frutos de grandes amizades, de conhecimento mútuo, de fidelidade, de respeito, de mudanças, de reflexões e idéias que fui trocando com um e com outro amigo blogueiro que talvez tenha tido a mesma vontade que eu, compartilhar e acrescentar algo em suas vidas.

Tenho lá minhas tendências para posts bonitos e alegres, coisas que falem de amor, poesia, natureza, amigos, vida de uma maneira geral. Não sou muito de assuntos trágicos ou notícias que podem ser encontradas na mídia, mas que em blogs não tem nada a ver. Aqui nunca foi um espaço triste, não me lembro de ter trazido minhas tristezas pessoais, pode ser que tenha falado da indignação diante de certos atos que vejo grassar pelo mundo, mas de mim pouco falo neste sentido, embora não ache nada demais quem assim o faz, pois cada um tem uma forma e necessidade de se expressar neste mundo virtual e é através de relacionamentos significativos que construímos uns aos outros e encontramos a energia profunda para promover nossa própria transformação. 

Aqui estão portanto todas as minhas idéias, meio desarrumadas, como numa caixa destas que a gente tem em casa, com guardados preciosos e alguns fúteis, mas que não queremos perder nem deixar ninguém arrumar nem mexer.  Fica lá, guardada pro futuro.

E hoje então, para comemorar esta marca atingida, deixo mais um post da minha visão sobre um problema social crescente em nosso país e que escrevendo sobre ele aqui, talvez possa ajudar a construir  algo melhor, trazer a esperança de que juntos vamos poder influenciar na mudança sobre este e outros problemas,  gerando fóruns de debates que serão lidos não só por nós que estamos sempre interagindo uns com os outros no mundo blogueiro, mas de uma maneira geral, fazendo desta praça um mundo de convergência para todos aqueles que sentem a vontade de fazer a unidade geral da humanidade.

                                         

Eu gosto do friozinho deste pseudo-inverno que faz aqui no nosso estado, não chega a ser tão gélido quanto as terras do sul, pelo contrário, fica até agradável uma temperatura que de dia bate os 20 e poucos graus e à noite cai para 13 ou 15.  Eu gosto e me sinto confortável nesta temperatura.
Mas acontece que para muitos, principalmente os alérgicos ou asmáticos, esta época do ano é muito sofrível e, principalmente as crianças são severamente atingidas.

Hoje, minha passadeira comentou um fato que ocorreu com ela e que me encheu de  indignação, pelo que posso chamar de falta de humanidade ou compaixão pelo humano.

No meio da noite, o filho com crise de asma, tosse e chama a atenção para o seu quarto. Ela não dorme, sempre atenta com estas crises que o acometem todos os anos neste período.
Reparou que sua respiração era profunda e dificultosa, formando um buraco na faringe para tentar respirar e a criança quase desfalecendo, buscando o ar e deixando-o trêmulo e desesperado.
Ela também se desespera diante do quadro, acorda o marido que dormia profundamente, e diligentemente leva o filho para o Hospital das Clínicas de sua cidade.

Lá chegando, o atendente do setor de Emergência deste hospital de aparência moderna e luxuosa, pega o nome do menino, anota e refere-se a ela assim: "Senta, mãezinha e espera!"

Mas ela é pobre, mas não é burra nem pateta e reage com a seguinte pergunta: "Esperar o quê, o menino não pode ficar sem respirar, aqui não é a Emergência?!"

O marido que nada fala, apenas segura o filho ao colo, olha pra ela com olhos de medo e reprovação e fala baixinho: "Assim, desse jeito, eles vão tratar mal do garoto lá dentro!",
mas ele sabe também que ela não aceitará esta situação, sabe que ela é de luta e de decisão, além do mais era o seu filho que estava ali, sem ar, sofrendo e esperar o quê, afinal?

Ela, tal qual uma leoa na defensiva, levanta-se, sai abrindo portas que levam até o interior do grande hospital e numa dessas, bateu antes e abriu, lá encontrando uma médica, pediatra de plantão, dormindo numa cama destinada ao descanso desses profissionais à noite.
  
[Engraçado, no meu prédio o porteiro da noite não tem cama para dormir, tem que ficar sentado ali, no hall, sempre atento! Mas, eu esqueci que aqui em nosso país, somos diferentes demais e não se pode comparar porteiros com médicos, né mesmo! Só na Suécia!]

A mãe bateu na porta antes e ela não acordou, então ela abriu devagarinho, olhando a semi-escuridão do quarto e viu então a médica ali deitada.  Dirigiu-se a ela baixinho e com cuidado, intercedendo por seu filho, dizendo-lhe que ele estava muito mal lá fora e se ela poderia atendê-lo naquele instante.

A resposta da médica foi imediata e precisa; "Aguarda um pouquinho, já estou indo!" e foi, demorando apenas uns 3 ou 4 minutos até ajeitar os cabelos e sua roupa.

Chamou-os até seu consultório e, sem olhar para o menino e nem ao menos tocá-lo, dirigiu a mãe a seguinte pergunta: "O que ele tem, mãezinha?"

A "mãezinha" disse-lhe: "Eu acho que ele está com uma das crises de bronquite e reclamou que não consegue respirar direito."  E o menino ofegante, continuava no colo do pai.

A médica então prescreveu uma injeção e do mesmo jeito continuou, sem olhar e nem tocar o menino, dizendo à 'mãezinha' que o levasse ali atrás, a fim de que aplicassem no menino a tal injeção.

Aí a mãe leoa falou: "Boa noite, doutora, meu nome é Flávia, o nome do meu filho é Igor, a cor dele é preta e a senhora não me perguntou nada disso e nem se ele é alérgico a esta ou qualquer outra injeção!"

A médica, assustada e rogada, responde-lhe: "Quem é médica aqui, eu ou você ...  mãezinha?"

A mãe responde: "A senhora é médica, mas eu sou a mãe dele e se eu não quiser deixar que lhe apliquem esta injeção sou eu que decido."  Rasgou a receita, jogou em cima de sua mesa e saiu arrastando o pai e o filho no meio da noite fria da baixada fluminense.
O marido, numa atitude bovina a que todos os pobres e oprimidos deste enorme país assumem numa hora dessas, ainda briga com a mulher, dizendo-lhe que ela é muito nervosa e apressada.

Terminam em casa, fazendo nebulização no menino com o aparelhinho que compraram faz tempo, onde ela mistura os medicamentos que achou da última receita que lhe foi aplicada numa situação de crise como aquela.
                                                  
                                                              
Ao ouvir este relato hoje enquanto ela passava a roupa na minha varanda e eu tomava meu café da manhã, me indignei junto com ela, dei-lhe meus parabéns pela sua determinação e conduta e percebi que, mesmo ainda nosso povo, em sua grande maioria, agir como o marido dela, pacata e abnegadamente, alguma coisa está mudando, rompendo paradigmas, barreiras no falar e no comunicar-se, pois, paradoxalmente neste caso, enquanto uma pessoa com formação superior e que deveria justamente mostrar capacidade de entendimento, de acolher com compaixão e fazer seu trabalho bem feito, foi confrontada pela sabedoria simples e inteligente de uma mãe, trabalhadora, quase analfabeta, mas extremamente observadora e sensível.






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