O nosso espaço e como tem gente neste mundo!
Natureza

O nosso espaço e como tem gente neste mundo!



Fiquei hoje numa fila enorme nas Lojas Americanas e a sensação era de que o natal já é para amanhã, todo mundo comprando coisinhas ou enfeites para casa, menos uma mocinha que estava atrás de mim, corajosa que só ela, naquela fila, para comprar uma simples barra de chocolate. Mas o mundo é assim mesmo, uns querem muito, gastam muito e outros tão pouco. E como tem gente neste mundo!  Daí lembrei-me desta crônica do Veríssimo abaixo que deixei aqui no blog em maio de 2010 e reproduzo-a novamente porque nosso mundo quase nada  mudou para o cuidado com o planeta e sua gente, o que mudou realmente é que estamos como os americanos, com carros maiores, com muito consumo, crescimento humano em larga escala. O problema maior é que aqui, sequer pensam num controle ou estudo sobre a natalidade, algo que urge há tempos.

"... No Japão, onde muita gente convive há anos com pouco lugar, o espaço é sagrado.  Surpreende a extensão dos jardins do palácio imperial no centro de Tóquio, uma cidade onde nem milionário costuma ter mais de dois quartos, o que dirá um quintal.  É que o espaço é a suprema deferência japonesa.  O imperador sacralizado é ele e sua imensa circunstância.

Já nos Estados Unidos, reverencia-se o espaço com o desperdício.  Para entender os americanos você precisa entender a sua classificação de camas de acordo com o tamanho:  Queen Size, tamanho rainha, King Size, para reis, e, era inevitável, Emperor Size, do tamanho de jardins imperiais.  É o espaço como suprema ostentação, pois - a não ser para orgias e piqueniques - nada é mais supérfluo do que espaço sobrando numa cama, exatamente o lugar onde não se vai a lugar algum.

Os americanos ainda não se deram conta de que, quando chegar o dia em que haverá chineses embaixo de todas as camas do mundo, quanto maior a cama, mais chineses."

Quem escreveu esta pérola foi o maravilhoso escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo em "O Mundo é Bárbaro".

Ótima crítica social e ao mesmo tempo bem humorada a  forma dele colocar a questão do espaço que ocupamos hoje em nosso planetinha, afinal num momento em que o próprio "ser humano trata de perder volume, não por razões estéticas ou de saúde, mas para poder caber no mundo", como ele também diz, vemos o exagero que o mesmo ser humano comete ao adquirir carros gigantescos e pouco econômicos, excesso de produtos à venda e adquiridos sem pensar ou pesar se vale à pena, as cidades crescendo de forma desordenada e alastrante , como também o pouco interesse dos governos em pensarem uma nova forma de controle da natalidade e o planejamento familiar.

Este mundo ainda é mesmo bárbaro!  E Veríssimo começa sua cronica como termino por aqui:
"Já somos 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo desta frase.  Se fosse um planeta bem administrado isto não assustaria tanto.  Mas é, além de tudo, um lugar mal frequentado." 




-Imagem Pinterest










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