Jingle Bell prá vocês
Natureza

Jingle Bell prá vocês



Ah, como deve ser lindo um Natal com neve!

Por aqui só chuvinha fina e persistente há mais de uma semana.

Tô reclamando, mas sei que no outro Hemisfério a neve também deixa muita gente ilhada e sem vontade de sair às compras de fim de ano por causa do frio intenso e fortes tempestades de inverno. Mas, tá difícil entrar no clima natalino desse jeito molhento e com ruas cheias de gente se esbarrando com seus respectivos guarda-chuvas e sacolas. E dentro das galerias de lojas tem sempre um pobre Papai-Noel contratado, debaixo daquela barba e roupa quentes que não combinam em nada com a tropicaliente cidade.

Shoppings nem pensar, pois é coisa de doido! Depois de passar minutos procurando uma vaga no estacionamento do mesmo ainda tem-se que enfrentar as filas nas grandes lojas e magazines.

E hoje ainda queríamos dar uma paradinha para comer uns petiscos num restaurante mineiro aqui do bairro, mas desistimos rapidinho quando vimos o povo em pé na porta e o restaurante com mesas cheias de gente, acho que de empresas nas tais confraternizações de fim de ano. Sinistro!!!

Tem alguém aí ligado nos festejos natalinos?

Ainda há pouco vi um pedaço de um show na Globo, muito engraçado por sinal, que mostrava 3 quadros de Natal, e todos três indicavam que ninguém estava lá muito feliz com esses festejos. Pelo contrário, um inventava até que estava com a perna quebrada para fugir dos parentes que sempre gostam de aparecer; noutro tinha um Papai-Noel contratado para uma festa de empresa, trapalhão e estressado, fugindo das criancinhas e noutro uma turma fantasiada de presépio com boi, cavalo, Menino Jesus e toda a bicharada, indignados por não receberem seus salários para ficarem fazendo a peça de um grande shopp
ing.

Com todo o respeito aos cristãos e à própria figura de Jesus, digo-vos que não gosto muito dessa data, a não ser pelo congraçamento, quando sincero, de pessoas que se amam de verdade e que estão juntas durante todo o ano, nos momentos felizes ou difíceis ou quando todos estão numa boa sintonia, de preferência, alegre.

Tenho visto e ouvido sempre dos aborrecimentos que muitos têem nesta data e do tédio ou tristeza para muitos, mas que por força da tradição, sofrem e revivem todos os anos o mesmo ritual de estarem juntos às famílias e parentes.

Para mim, o grande 'barato' do Natal é quando faço algo que seja grande, tanto no esforço para achar e comprar os itens, quanto pelo gesto que pode realmente expressar o sentimento natalino que é presentear com amor, carinho e desinteresse. É o caso da cesta que faço todos os anos para uma criança de Orfanato. A desse ano, entreguei semana passada, foi para uma menina de 12 anos chamada Josilene e que é de um Orfanato de Teresópolis. Foram muitos itens, desde a escova de dentes, de cabelo à roupas e brinquedo. É verdadeiramente o meu melhor ato de Natal e me dá muita felicidade em fazê-lo.

Este ano fomos convidados por um primo querido e que mora aqui perto e estou muito contente com isso. Gosto muito de mudanças, coisas diferentes e com um tom alegre e informal. Tenho certeza que será uma noite agradável e além do mais, minha mãezinha estará comigo, mais o marido e filho. Perfeito, não!

Quanto ao Natal, bem ... prefiro deixar esse texto do Mário Prata que expressa o que tenho sentido ultimamente, apesar de já ter curtido muitos Natais maravilhosos quando meu filho era pequeno e em família.



Jingle Bell prá vocês

Mário Prata


Não gosto do Natal. Não chego a odiar mas não gosto. Nunca gostei. Desde pequeno, no interior. Papai Noel sempre me assustou. Gostava de preparar a árvore com dias de antecedência, apesar de não concordar em colocar algodão para "simbolizar" a neve. Gostava de imaginar os presentes. Aliás, não gosto nem de dar e nem de receber presentes em datas certas. O presente é bom quando você não espera. No aniversário, Natal, Dia da Criança, depois Dia dos Pais, acho um saco de Papai Noel. O presente, conforme a palavra em si se explica, é uma presença. Portanto, não pode ser datada. Não deve ser uma obrigatoriedade.

Além de não gostar do Natal, em alguns aspectos, ele chega a ser irritante: Em vários aspectos. Senão, vejamos:

— Quer coisa mais irritante durante o mês de dezembro do que ir a um barzinho ou restaurante, de noite, para tomar um chopinho e ter, ao seu lado, aos gritos, berros e urros, uma "festinha da firma", com risos histéricos, discursos profundos e etílicos do "chefe", gozações com a "gostosa" da firma e a indefectível troca de "amigos secretos?" Por que gritam tanto nas "festinhas da firma?" E quando você vai ao banheiro sempre tem um ou dois funcionários burocraticamente vomitando. Como se vomita no Natal! Principalmente os bancários.

— E o "amigo secreto" então? Já notaram que sempre sai para quem não é nem muito amigo e muito menos muito secreto? E você passa o mês inteiro tendo que imaginar o que vai dar praquele chato. Se o "amigo secreto" já é uma relação constrangedora na firma, em família então, nem se fala. Em primeiro lugar, porque dois ou três dias depois do "sorteio", todo mundo já sabe quem é o amigo de quem. Você já sabe pra quem vai dar e de quem vai receber. Essas informações sempre vazam no seio familiar. Sempre tem uma irmã que sabe de todos, ninguém sabe como. E você que torceu para não sair aquela prima fofoqueira, pois é justamente com ela que você vai se abraçar logo mais. E dizer todas aquelas frases. Todas, são insubstituíveis.

— E as propagandas de Natal? Existe coisa mais horrível que este bando de gordos com brancas barbas, puxados por veadinhos? A publicidade brasileira é uma das melhores do mundo, perdendo talvez apenas para a inglesa. Mas, chega o Natal, baixa o "espírito natalino" nos criadores das agências e dá no que dá. Eles não conseguem (há 1.994 anos) fazer um único anúncio sequer decente nessa época. São constrangedores, amadores, dignos de um Papai Noel de mentirinha. Tem uns, mais "criativos", que até neve têm, debaixo dos 40 graus de dezembro.

— E aqueles Papais Noéis que vão de casa em casa e os pais obrigam as criancinhas a dar beijo naquele sujeito imenso, barba descolada, sapatão de militar, já meio bêbado depois de passar em várias casas de amigos e parentes? As criancinhas esperneiam, não dormem semanas seguidas, sonhando com aquele monstro que o pai fez beijar. Meu Deus, é um outro pai que eu tenho?, devem pensar os pequenininhos da família. E o monstro ainda diz "coisas" para os indefesos, presos nos braços do pai ou da mãe, quiçá da avó: este ano, não vai fazer malcriação, vai comer toda a papinha, não vai mentir e nem fazer xixi na cama, viu, Rony? Coitados.

— Mas o pior mesmo é a ceia, propriamente dita. Com o passar dos anos, a família vai crescendo e de repente já são quatro gerações que estão ali, de olho no peru. Umas 50 pessoas. E ali dá de tudo. Cunhados que não se falam, a velhinha que não escuta os planos do asilo, o fulano que está falido, coitado, a prima que está dando para um sobrinho, aquele casal que está separado mas que, no Natal, baixa o "espírito" e eles comparecem juntos. Todo mundo sabe que se odeiam. Mas é Natal. Aquele tio que deve tanto para o seu irmão também está lá. Mas é Natal. E a irmã que não pagou a trombada que ela deu com o carro do tio-avô? Tudo é permitido. Afinal, é Natal. Nasceu quem mesmo? Jesus, não foi? E, por isso, à meia-noite, todos dão as mãos e rezam (des)unidos.

E, para terminar: existe música mais chata que Jingle Bell?

Já o Reveillon, é o maior barato. É quando tomamos o porre para tirar e esquecer a ressaca do Natal. Mas não adianta. No ano que vem, tem outro Natal.


Texto extraído do livro "100 Crônicas", Cartaz Editorial - São Paulo, 1997. pág. 148.









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