Caesb quer utilizar Lago Paranoá para abastecer 20% da população do DF
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Caesb quer utilizar Lago Paranoá para abastecer 20% da população do DF


Caesb planeja utilizar o Paranoá para abastecer os moradores do DF. Obras estão previstas no PAC e devem custar R$ 350 milhões
Formado artificialmente na época da construção de Brasília como alternativa de lazer e para aumentar a umidade na região, o Lago Paranoá ganhará uma nova função: o abastecimento de água dos moradores do Distrito Federal. A Companhia de Saneamento de Brasília (Caesb) tem um estudo em estágio avançado sobre o assunto e já conseguiu a licença da Agência Nacional de Águas (ANA) para a captação em um dos principais cartões postais da cidade, fato inédito na história da capital. O objetivo é atender 500 mil pessoas a partir de 2011.

Segundo a Caesb, o risco de faltar água nos próximos anos é iminente no Distrito Federal, que há mais de 30 anos é abastecido apenas pelas barragens de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, e do Rio Descoberto. Nos tempos de seca, os reservatórios atingem o limite de capacidade de consumo, já que a demanda chega a 8,47 metros cúbicos (8,47 mil litros) de água por segundo e a oferta disponível é pouco maior: 8,5 metros cúbicos por segundo, de acordo com dados da própria Caesb. O projeto para captação no Lago Paranoá propõe a ampliação da capacidade em 2,8 metros cúbicos por segundo para atender a mais de 20% da população. Com o crescente aumento da necessidade, o Governo do DF tem feito estudos para buscar novos mananciais, como Corumbá IV, projeto em fase ainda mais avançada de construção de sistema de abastecimento.
A demanda tem crescido bastante com o aumento da população do DF e principalmente depois que, em 2005, o GDF passou a ajudar no abastecimento do município de Águas Lindas de Goiás, em consórcio com a Saneago — a companhia de saneamento do estado vizinho. A Caesb chegou a avaliar a hipótese de buscar água nos rios Sal e Palma, em Goiás, e também na confluência do Rio São Bartolomeu com o Paranoá. As duas primeiras opções foram descartadas pela própria Caesb.
Vantagens
Ao pedir a outorga para puxar água de São Bartolomeu, a companhia recebeu como sugestão da própria ANA a captação no Lago Paranoá. A agência apontou vantagens, como qualidade da água, facilidade de distribuição pela localização e custo operacional. Com essa recomendação em mãos, o GDF elaborou projeto para a construção do novo sistema, que depende ainda de licenciamento ambiental do Instituto de Meio Ambiente do DF (Ibram) e anuência do Instituto Chico Mendes.
Uma bomba de captação será construída próxima à Barragem do Paranoá, na área Norte. A Caesb deverá ainda construir uma estação de tratamento de água no Altiplano Leste. O custo do empreendimento: R$ 350 milhões. O secretário de Obras, Márcio Machado, garante que os recursos sairão da Caixa Econômica Federal e estão previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), já acordados com o governo federal. “Em poucos anos, quatro milhões de pessoas vão consumir água e precisamos buscar alternativas de fornecimento”, afirma Machado.
O presidente do Ibram, Gustavo Souto Maior, afirma que uma preocupação é o equilíbrio entre o volume de água que sai e entra no Lago Paranoá. Se o nível da água baixar muito, poderá haver prejuízos para outras funções, como a pesca e o lazer, por exemplo. Barcos terão dificuldade para ancorar nos clubes na orla, acredita Souto Maior, caso não haja uma compensação hídrica. “Em termos ambientais, em princípio essa é a nossa principal preocupação”, afirma. O diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Caesb, Cristiano Magalhães de Pinho, disse que estudos apontam que nenhum uso do lago será afetado.

Fonte: Correio Braziliense



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