“De modo suave, você pode sacudir o mundo.” (Mahatma Gandhi)
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“De modo suave, você pode sacudir o mundo.” (Mahatma Gandhi)



 22.jan.2015 - Mulher espera por transporte com seus filhos em um dia frio, em Cabul, no Afeganistão Mohammad Ismail/ReutersMais

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Já li alguns livros sobre a vida no Afeganistão e Paquistão, dois países que me atraem por seu modo de vida extremamente primitivo em muitos sentidos e ao mesmo tempo, ricos em tradição cultural, convivendo com o terrorismo em grande escala.

Li "A Viagem ao Mundo dos Taleban" de Lourival Sant'Anna e me impressionei com o relato jornalístico e ousado do repórter ao ir aqueles países e sentir de perto, o medo, a intransigência e a ignorância dos homens que escondem-se nas cavernas das montanhas e ditam ordens sobre todo um povo, e aplicam as mais duras sobre as mulheres e crianças. 
Li também de Jean P.Sasson - Princesa - As Filhas da Princesa - Princesa Sultana - Mayada - livros que mostram a vida real de princesas do mundo árabe, suas submissões aos homens e riqueza inestimável à sua volta, mas sem a mínima chance de serem livres e felizes. Um retrato bem atual da fechada Arábia Saudita e seus monarcas.
Na mesma trilha da busca pelo conhecimento destes povos e sua religião, li o best seller de Khaled Hosseini - O Caçador de Pipas - um romance onde a beleza e tristeza andam de mãos dadas.
Do mesmo Hosseini - A Cidade do Sol - que nos aproxima dos personagens em suas dores diárias na dura vida de um país em guerra.

Todos estes livros mostram uma sociedade que privilegiam filhos e homens.  Traçam um paralelo entre o mundo ocidental que habita em nós desde sempre, e o mundo muçulmano crescente em todo o planeta, assim como a vertente fanática que ultrapassou as aldeias do Paquistão ou Afeganistão, e já se pronunciam na Europa atual através do que chamam Estado Islâmico.

O que estou lendo no momento é sobre MALALA, a corajosa menina paquistanesa que sobreviveu aos tiros do talibã, sua vida escolar, as asperezas dos dias em que a mudança que os talibãs traçaram e subjugaram sua aldeia, seu povo, especialmente mulheres e crianças, levando-as ao pavor e a tristeza diária. Estes homens interpretaram o Islam com ignorância e ódio e se espalharam pelo mundo através de vertentes como na África, os Boko Haram, igualmente sórdidos, sanguinários e violentos. Uma milícia fundamentalista que obriga a todos a viverem sob suas condições e leis.
Ao receber o Prêmio Nobel da Paz no final de 2014, Malala disse: “É para todas as crianças sem rosto que querem educação; para todas as crianças com medo que querem paz; para todas as crianças sem voz que querem mudança. Estou aqui para lutar pelos seus direitos, para fazer ouvir a sua voz. Não devemos ter penas delas. Devemos agir.”
Os relatos de sua biografia são tristes e absurdos, nos levam a indignação total e impressiona ainda mais por saber que nos dias atuais possam existir cabeças tão ignorantes para pensar o mal e executá-lo, tudo sob a capa do fanatismo religioso, obrigando as pessoas ao desespero e até a desejarem a morte. 

O homem que é o líder do Talibã no Paquistão até os dias atuais e que já causou a morte de milhares de pessoas, entre elas jovens, estudantes e professores, chama-se Maulana Fazlullah e sob sua ótica distorcida da religião que assume praticar, investiu contra a vacinação da poliomelite e destruiu 750 escolas à noroeste do Paquistão na tentativa de extirpar a educação de um povo.

Em 2012 esta criatura vil da foto abaixo, assumiu o atentado contra a vida de Malala, que escrevia, na época, um blog anônimo sob o pseudônimo de Gul Makai que significa "Flor de Milho", e é também o nome da heroína de uma antiga história de amor paquistanesa. Fazlullah mandou que seus homens atirassem na cabeça dela enquanto viajava em uma van escolar.


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Através de seu blog e diário, Malala contou dos absurdos que as mulheres foram obrigadas a ceder, como usar, por exemplo, a burka azul ou branca que cobre todo seu corpo e tem apenas uma tela nos olhos para enxergar a vida, não ir às ruas ou ao bazar para fazer compras, tem que ser através dos maridos ou irmãos mais velhos, até a simples compra de sapatos para si mesmas, e o cúmulo da proibição de todas as meninas irem à escola para adquirirem conhecimentos. E através da sua "Rádio Mulá", escondido nas montanhas de Swat, ele continua a enviar mensagens ameaçadoras ao povo, repetindo à exaustão seu discurso conservador, anti-americano, anti-tecnologia e anti-vacinação, tentando isolar aquele pedaço do resto do mundo sob a força e medo.


Malala sobreviveu, foi tratada num excelente hospital em Birmingham, na Inglaterra, os especialistas conseguiram que ela não perdesse os movimentos da face esquerda e depois de todo este sofrimento, foi indicada e recebeu o Prêmio Nobel da Paz e é considerada a pessoa mais jovem indicada até hoje.
Seu objetivo agora é discursar em nome das crianças e jovens para incentivar que recebam educação e que as mulheres do Paquistão tenham mais direitos. Estão em Birmingham onde há uma grande comunidade paquistanesa.
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O crime de Malala perante os talibãs foi se destacar entre as mulheres e lutar pela educação das meninas e adolescentes de sua região. Mas, seu livro hoje serve de inspiração para muitos jovens no mundo todo e sua figura viva, dá força a outras mulheres a lutarem, pegarem até em armas se for necessário para defenderem suas vidas e de suas famílias, como é o caso destas mulheres nigerianas da província de Borno, contra o temível Boko Haram que vem fazendo tanta desgraça pela África.

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A minha reflexão final diante de todos esses fatos ocorridos, tanto no distante Paquistão, na Índia, no Iraque, Afeganistão, na África e aqui no Brasil, é de que pode-se lutar até mesmo de um modo suave como pregava Ghandi, ou pegar em armas como estas mulheres acima, ou apenas assumir quem se é, como fez Malala. Focar na Educação é o que vai conduzir os seres humanos a viverem dignamente e raciocinarem melhor na interpretação dos fatos que leem. 
Em muitos desses lugares, meninas ainda são proibidas de estudarem e aqui, não, pois temos escolas, porém fracas, com educação pública carente e precária e onde muitas precisam trabalhar para ajudar suas famílias. Nossa educação tem esta fraqueza e precisa se fortalecer para que não sejamos sugados pelas ideias consumistas de um mundo que copia outro mundo rico, mas que não tem estofo para se sustentar. 

Que a história de vida de Malala chegue aos nossos jovens para que valorizem o estudo e façam valer uma boa educação!


Viva Malala!














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